O retorno do horário de verão no Brasil é uma “possibilidade real”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, nesta quinta-feira. Em evento realizado em São Paulo, o ministro destacou que a reimplementação da medida, suspensa desde 2019, será cuidadosamente avaliada, considerando os impactos energéticos, econômicos e sociais. A decisão ainda não está tomada, mas Silveira garantiu que a análise segue em andamento.
O horário de verão foi adotado pela primeira vez em 1931, no governo Getúlio Vargas, e funcionou continuamente de 1985 até 2019. A medida visava o melhor aproveitamento da luz natural e a consequente redução do consumo de energia elétrica, especialmente durante o verão, quando há aumento no uso de aparelhos como ar-condicionado.
Análise dos Impactos Energéticos e Econômicos
De acordo com Silveira, a economia de energia gerada pelo horário de verão, especialmente nos horários de pico entre 18h e 21h, é um dos principais argumentos para seu retorno. Ao reduzir a necessidade de acionamento das usinas térmicas, que têm um custo de operação elevado e maior impacto ambiental, o horário de verão pode contribuir para o equilíbrio do setor elétrico e para a segurança energética do país.
Contudo, o ministro enfatizou que a decisão não pode ser precipitada. “O horário de verão impacta a vida das pessoas, por isso não recomendamos tomá-lo de forma açodada. Se necessário, não tenha dúvidas, que voltaremos com a medida”, afirmou.
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e a Secretaria Nacional de Energia Elétrica já estão avaliando uma previsão de retorno. Silveira também solicita que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresente um plano de contingência para o verão de 2024/2025, incluindo uma análise sobre o uso de usinas térmicas e outras fontes de energia.
Crescimento no Consumo de Energia e Desafios Futuros
O ministro mencionou o aumento expressivo no consumo de energia nos últimos meses como um dos fatores que podem ser necessários para a retomada do horário de verão. Em setembro, o Brasil registrou um consumo de 105 gigawatts (GW) em uma tarde, acima da média histórica de 85 GW. Esse crescimento é atribuído ao uso intensivo de ar condicionado em um cenário de temperaturas elevadas, o que ressalta a necessidade d
Silveira destacou também a importância de avançar em uma “nova economia verde” que equilibre o desenvolvimento econômico, o respeito às normas ambientais e a redução das desigualdades sociais. Para ele, o futuro energético do país deve se basear em fontes renováveis e em soluções sustentáveis
Histórico do Horário de Verão no Brasil
Revogado em 2019, o horário de verão funcionava entre os meses de outubro e fevereiro nos estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com o objetivo de reduzir a demanda por energia elétrica durante o período de maior luminosidade. A medida foi suspensa pelo governo federal com base em estudos que indicavam baixa efetividade na economia energética
Entretanto, o novo cenário de consumo e a necessidade de maior planejamento energético reacenderam o debate sobre a relevância da medida. O Ministério de Minas e Energia informou que está analisando diversos fatores, incluindo índices pluviométricos e a capacidade de geração de
Na volta do horário de verão, se confirmado, deverá seguir os moldes anteriores, com a adoção da medida nos estados que apresentam maior variação de luminosidade durante o verão.