Por: Steffano Silva Nunes
Iniciamos um novo ano e com ele também se inicia uma nova gestão municipal na nossa querida São Luís e em todas as cidades do nosso Maranhão e do imenso Brasil. Como em toda nova gestão, as expectativas são enormes. Aqui na Ilha do Amor, em especial, saímos da primeira gestão de oito anos consecutivos em toda a nossa história. O último ano foi marcado por várias intervenções urbanas, principalmente nas praças e mercados de São Luís. Um trabalho importante mas que parece pequeno diante de um período tão longo de gestão onde importantes focos de atenção na política pública, como a saúde e a educação, não conseguiram deixar uma marca de forte realizações e avanços.
O Mercado Central se tornou um símbolo de que mesmo oito anos não foram suficientes para modificar o cenário de abandono do poder municipal naquele espaço. Como os mercados são fonte de abastecimento, dependem também da pequena produção agropecuária do chamado cinturão verde do “interior” da nossa ilha, a “zona rural”. O Sindicato dos trabalhadores e das trabalhadoras rurais de São Luís tem sido uma voz permanente a protestar pelo esquecimento dos pequenos produtores rurais locais. Dona Roxinha, Maria Antônia, Antônio de Jesus e Cizi tem sido incansáveis nessa batalha.
Criticar, sempre parece muito mais fácil do que compreender as dificuldades que estão presentes no dia a dia de uma gestão pública. A população identifica as demandas, cabe aos gestores apontar as soluções ou compartilhar as dificuldades com todos os cidadãos. Ninguém nasce pronto para todas as tarefas que a vida nos impõe e nem mesmo para aquelas que decidimos por nós mesmos assumir. Uma coisa é propor as ações, outra é realizá-las. Quando se sai da teoria para a prática, novos desafios vão se apresentando, via de regra.
O “andar da carruagem” leva alguns líderes a se isolarem e viverem a “solidão do líder”. Os problemas ocupam a agenda e as soluções não aparecem. Quem é eleito para um cargo executivo assume não só a tarefa de executar, mas também e, talvez principalmente, de liderar. É necessário inspirar e motivar em efeito cascata, atingindo toda a equipe. O grande feito de um líder é fazer sua equipe visualizar o futuro enxergando na mesma direção e acreditando na realização do que está planejado.
Dizem que nascemos com dois ouvidos e somente uma boca para que possamos ouvir mais do que falar. Os gestores, ao se elegerem adquirem o poder de decidir, mas a arte de ouvir é uma escolha de cada um. O poder não deve cegar e muito menos ensurdecer. Também dizem que se conselho fosse bom não se dava e que conselho só deve ser dado a quem pede. Mas um conselho pode também ser chamado de sugestão. Se tivesse a oportunidade de dar uma sugestão ou conselho ao novo prefeito de São Luís, lhe diria: crie um Conselho. Um Conselho dos Ex-prefeitos e ex-prefeitas de São Luís. Ele não precisa ser formal. Não precisa se reunir todos os meses. Duas vezes por ano já estaria de bom tamanho.
Edvaldo Holanda ainda tem a memória fresca das dificuldades que enfrentou. Tadeu Palácio deixou uma marca de equilíbrio. Conceição Andrade é muito lembrada pela ações na área da produção agrícola. Mesmo os distantes governos de Gardênia Gonçalves e de Mauro Fecury podem trazer experiências a serem aproveitadas no tempo atual. Chego a pensar que seria também para os ex-gestores uma importante e apreciada tarefa. No futuro poderia até ser obrigatória. Pois a experiência adquirida por todos eles deve ser vista como uma espécie de patrimônio da cidade.
Que o prefeito de São Luís e todos do Maranhão e do Brasil tenham sucesso.
Boa Sorte.