Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) aprovou a revalidação do Tambor de Crioula do Maranhão como Patrimônio Cultural Imaterial brasileiro nesta semana. Conforme preconiza o decreto nº 3.551, de 4 de agosto de 2000, marco legal que instituiu o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial que constituem o patrimônio cultural brasileiro, a cada dez anos o Iphan deve fazer a revalidação do título, como explica o professor, gestor da Casa de Tambor de Crioula e diretor de Patrimônio Cultural Imaterial do Maranhão, Neto de Azile.
“Essa revalidação é uma consulta processual, complexa, extensa aos detentores e aos fazedores, que avaliam se houve avanço no processo de salvaguarda e dão aceite para que o título se revalide”, detalha Azile.
Em 2007, a manifestação de matriz afro-brasileira foi registrada pelo Iphan no Livro das Formas de Expressão do Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.
Casa do Tambor de Crioula e outros avanços na salvaguarda
A aprovação da revalidação foi expedida pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan, formado por personalidades nacionais da cultura, entre eles, Luís Phelipe Andrès, professor universitário, escritor e engenheiro radicado no Maranhão que tem o trabalho dedicado a atividades no setor cultural.
Durante o processo de revalidação foi elaborado um dossiê que aponta avanços no processo de salvaguarda da cultura do Tambor de Criola no Maranhão. Além de oficinas e registros audiovisuais, figura entre as ações de salvaguarda a criação da Casa do Tambor de Crioula, centro de referência da manifestação.
Localizada em um espaço privilegiado no Centro Histórico de São Luis, a Casa do Tambor de Crioula conta com área de convivência, salas para realização de oficinas de dança e percussão, auditório e salão de exposição. O casarão que abriga a Casa – de propriedade do Governo do Maranhão – foi restaurado pelo Iphan e desde sua abertura é gerido pela Secretaria de Estado da Cultura (Secma).
Com a revalidação, o Tambor de Crioula do Maranhão passa a ser reconhecido por mais uma década como Patrimônio Cultural Imaterial nacional. Para Neto de Azile, o título novamente conferido ao Tambor de Crioula confirma que a manifestação cultural “saiu do patamar da invisibilidade” e atualmente é um dos “principais ativos turísticos e culturais maranhenses”.
“É de fato um empoderamento, um fortalecimento da prática cultural tambor de crioula, a partir das ações implementadas pelo Governo do Maranhão. É o reconhecimento de uma prática que continua viva e forte”, ressalta Neto de Azile.
Azile avalia ainda, que o grandes vitoriosos com essa revalidação são os detentores da prática, ou seja, as coreiras, coreiros, mestras e mestres do Tambor de Crioula.
“[A revalidação] fortalece a cadeia produtiva do Tambor e, principalmente, eleva a autoestima e reconhece o papel desses detentores, que confundem a sua prática cultural com as suas próprias vidas”, pontuou o gestor.
Por MA 10