A Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) emitiu um alerta epidemiológico para a necessidade de intensificação da vigilância da raiva após o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-BA) diagnosticar, este ano, nove casos em morcegos.
De acordo com a Sesab, os casos foram contabilizados entre 1° de janeiro e 16 de março, nas cidades de Dias D’Ávila, Camaçari e Catu, que ficam na Região Metropolitana de Salvador. O Lacen recebe amostras dos animais e o objeto de estudo é o cérebro. No entanto, no caso do morcego – que é pequeno – é possível receber o animal inteiro para análise.
Desde 2017, a Bahia não registra casos de raiva humana. A última morte por raiva após mordida de morcego aconteceu na zona rural de Paramirim, no sudoeste da Bahia. A vítima foi um homem, de 46 anos, que ficou doente quando ordenhava uma vaca e, acidentalmente, pisou no morcego, que mordeu o pé dele. Antes disso, apenas um caso havia sido registrado, em 2004.
Os animais encontrados este ano são do tipo não hematófagos, ou seja, não se alimentam de sangue, mas representam risco a seres humanos e animais domésticos em caso de mordida. Para evitar o contágio em humanos é preciso manter distância de animais silvestres e atualizar a vacinação antirrábica em animais domésticos, conforme explica a coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Vânia Rebouças.
“O que as pessoas precisam entender é que não existe motivo algum para alarde. Não temos nenhum caso suspeito de raiva humana. O mais importante, nesse momento, é manter a atenção e possível distanciamento de animais silvestres e atualizar a vacinação antirrábica de animais domésticos. Para barrar essa cadeia de transmissão, precisamos evitar o contato com animais potencialmente contaminados”, explicou.
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica recomenda ainda que os municípios reforcem as orientações de prevenção e realizem o monitoramento das áreas citadas.
Os morcegos são animais de extrema importância para a natureza, porque são considerados os maiores reflorestadores naturais do planeta, além de predadores de um vasto número de pragas agrícolas e vetores de doenças.
Se eles estiverem voando livremente no período noturno, não são considerados animais perigosos para os humanos. Nessas condições, não oferecem risco desde que não sejam manipulados pelas pessoas.
A Secretaria de Saúde de Salvador (SMS) informou que a vacina contra a raiva está disponível nos postos, mas apenas para as pessoas que foram mordidas por animais. Não é uma vacina que possa ser tomada a qualquer momento da vida.
Orientações
Em casos de acidentes com animais domésticos, silvestres e principalmente morcegos, a Vigilância em Zoonoses orienta que a população procure uma unidade de saúde o mais breve possível para avaliação da profilaxia de raiva adequada para o caso.
Além disso, ao se deparar com um morcego morto, caído ou encontrado em horário e local não habitual, como pousado em local claro durante o dia, a pessoa deve:
- entrar em contato com a unidade de zoonoses para que seja feito o recolhimento do animal pelo telefone 0800 284 0011;
- evitar contato físico com o morcego para minimizar o risco de acidente; isolando-o com panos, caixas de papel ou balde, ou mantê-lo em ambiente fechado para aguardar a captura por pessoas capacitadas.
- informar à diretoria de vigilância em zoonoses se cães ou gatos da residência ou do local de trabalho tiverem contato com morcegos;
- manter cães e gatos (maiores de três meses) com a vacinação antirrábica em dia (uma vez ao ano).
Fonte: G1