Chega a ser espantoso, lamentável e asqueroso, como alguns políticos estão utilizando a tragédia envolvendo a menina Ághata Félix, de oito anos, assassinada no Rio de Janeiro, para tentarem conseguir dividendos políticos.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), infelizmente, também entrou no assunto e, como está fixado com a ideia de se viabilizar para 2022, não perdeu tempo em criticar a situação, tanto nas redes sociais, quando da entrevista concedida ao programa Roda Viva, na TV Cultura.
O que Flávio Dino não disse e fatalmente não foi por esquecimento, é que situações semelhantes ao caso da pequena Ághata aconteceram em São Luís, durante o seu governo.
Para rememorar os comunistas, o Blog vai lembrar apenas três situações, mas outras tantas aconteceram e seguem acontecendo no Governo Flávio Dino, como o caso recente de abuso de autoridade de um delegado em Vargem Grande, denunciado inclusive pelo deputado estadual Yglesio Moyses (PDT), na tribuna da Assembleia Legislativa.
Em 2015, tivemos o caso emblemático do mecânico Irialdo Batalha, em Vitória do Mearim. Ele e um outro colega foram confundidos com bandidos e baleados. Pior é que quando Irialdo já estava no solo, inclusive baleado, ele foi executado friamente.
Já em 2017, em Balsas, tivemos outro episódio semelhante. A jovem Karina Brito, em companhia de sua irmã, Kamila Brito, retornavam de uma festa, quando seu veículo foi confundido com o de assaltantes de bancos. Por conta da confusão, o veículo foi cravejado de balas, pelo menos 30 tiros atingiram o veículo e que levaram a jovem Karina a morte.
Ainda em 2017, mas agora em Barra do Corda, tivemos a morte de um comerciante dentro de uma “gaiola”. Francisco Edinei Lima Silva, de 40 anos, que não tinha passagem pela polícia, foi preso por dirigir embriagado e provocar um acidente sem vítima fatal. Só que depois de ser colocado na “gaiola da tortura” na delegacia de Barra do Corda, o comerciante se sentiu mal e veio a óbito. O assunto ganhou repercussão.
Por esses casos e muitos outros, não me parece o governador Flávio Dino o mais indicado para falar, e tentar tirar dividendos políticos, do trágico episódio da jovem Ághata, afinal quem tem rabo de palha, não deve passar perto de fogo.
Recordar é viver, meu caro Flávio Dino.
Por Jorge Aragão