SÃO PAULO – A Petrobras teve um lucro líquido de R$ 18,866 bilhões no segundo trimestre de 2019, informou a estatal nesta quinta-feira (1) – uma alta de 87,3% ante o mesmo período do ano passado.
Segundo a empresa, o principal fator para alavancar os ganhos no período foi a venda da TAG por R$ 33,5 bilhões para a Engie. Vale ressaltar que a petroleira reportou um lucro líquido ajustado de R$ 5,2 bilhões no segundo trimestre, metade do montante de R$ 10,072 bilhões reportados em igual período de 2018. A expectativa do lucro ajustado (sem considerar esta venda) do consenso Bloomberg era de R$ 8,5 bilhões.
“Os desinvestimentos somaram US$ 15 bilhões até o final de julho, com destaque para as transações da TAG, da BR Distribuidora – primeira privatização via mercado de capitais na história do Brasil – e de campos maduros de petróleo”, disse Roberto Castello Branco, presidente da estatal, em comunicado.
“Ficamos ainda com 37,5% do capital da BR, que no futuro temos a intenção de vender parcial ou totalmente. Enquanto isso, vamos nos beneficiar como acionistas do enorme potencial de criação de valor da BR com a flexibilidade que possui uma empresa privada”, completa a nota.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, por sua vez, avançou 8,6% em um ano, passando de R$ 30,067 bilhões para atuais R$ 32,651 bilhões.
Segundo a empresa, o aumento foi reflexo do brent mais valorizado, além da depreciação do dólar frente ao real, que resultou em maiores preços de derivados, além da realização de estoques formados a custos menores no período anterior.
Enquanto isso, a receita de vendas da petrolífera teve um pequeno recuo de 3%, chegando a R$ 72,567 bilhões entre abril e junho.
O aumento trimestral reflete a maior cotação do petróleo no mercado internacional, e o dólar mais apreciado, que na média ficaram 9% e 4% acima do trimestre anterior, respectivamente.
“Estes resultados positivos foram parcialmente compensados pela redução das vendas das unidades internacionais (R$ 2,3 bilhões), em consequência da venda da refinaria de Pasadena e de empresas de distribuição no Paraguai”, apontou a empresa.
Na semana passada, a Petrobras divulgou seu relatório de produção, mostrando um total produzido de petróleo no Brasil no segundo trimestre de 2,052 milhões de barris por dia, uma queda de 0,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Além disso, com a expectativa da melhora do lucro líquido para o exercício de 2019, o conselho de administração da Petrobras aprovou a antecipação de distribuição de juros sobre o capital próprio (JCP) no valor de R$ 2,6 bilhões, equivalente a R$ 0,20 por ação ordinária e preferencial.
Endividamento
A dívida líquida subiu 13,6%, para US$ 83,674 bilhões no mesmo período, mas teve queda de 12,4% se comparada com o primeiro trimestre deste ano.
Segundo a empresa, o resultado refletiu sobretudo o aumento da posição de caixa, que atingiu US$ 17 bilhões em 30 de junho de 2019, por causa da entrada dos recursos envolvidos na venda da TAG.
Enquanto isso, a dívida bruta recuou 4% no trimestre, para US$ 76 bilhões ao final de junho de 2019, com prazo médio de 10,25 anos, acima dos 9,42 anos do trimestre anterior, e custo médio de 6% ao ano – estável.
A parcela do endividamento em dólar subiu de 76% em 31 de março de 2019 para 80% em 30 de junho de 2019, enquanto a parcela em reais caiu de 17% para 14%.
A empresa destacou que em 30 de junho de 2019, o índice dívida líquida/LTM EBITDA ajustado foi de 2,69 vezes, considerando os efeitos do IFRS 16, ante 3,19 vezes em 31 de março de 2019. Segundo a empresa, a desalavancangem é prioridade e a “meta é reduzir o índice dívida líquida/EBITDA ajustado para 1,5 vez em 2020, considerando os efeitos do IFRS 16”.
Investimentos
Os investimentos da Petrobras totalizaram US$ 2,587 bilhões no segundo trimestre de 2019, queda de 17,6% na comparação com os US$ 3,138 bilhões aportados em igual período do ano anterior.
Ante os primeiros meses do ano, entretanto, o investimento representa alta de 9,9%. No balanço, a empresa diz que 76% do montante investido corresponde a aportes de capital e 24% a investimentos correntes.
Parte significativa ficou para o segmento de Exploração e Produção, cujos investimentos totalizaram US$ 2,1 bilhões no trimestre, crescimento de 6,9% na comparação com os três primeiros meses do ano. Segundo a empresa, eles foram concentrados sobretudo no desenvolvimento da produção de novos campos de petróleo no polo pré-sal da Bacia de Santos e na manutenção da produção nos campos maduros. Na comparação anual, entretanto, os investimentos recuaram 21,6% no setor.
Enquanto isso, o segmento de refino teve crescimento bastante significativo nos investimentos da estatal. O aporte subiu 22,5% no ano e 33,9% na comparação trimestral, para US$ 316 milhões.
A empresa explicou ainda que reduziu de US$ 16 bilhões para um intervalo entre US$ 10 e US$ 11 bilhões sua estimativa de investimento para 2019. “A nova projeção reflete as postergações de projetos, otimizações e a premissa de não mais considerar nos seus investimentos o pagamento das equalizações referentes à unitização de campos”, explicou a empresa, em balanço.
Fonte: InfoMoney, (Com Agência Estado).