Desde sua invenção, a internet passou por diversas fases até a que nos encontramos agora: a Web 2.0. No entanto, uma nova fase pode estar surgindo a partir do advento da tecnologia blockchain, e ela ficou conhecida como Web 3.0.
Descentralizada, a Web 3.0 promete o controle dos dados ao próprio usuário, que também poderá conectar carteiras digitais com toda uma variedade de ativos para interagir na internet. Muitos especialistas enxergam as vantagens do novo modelo, e um deles é Otávio Viana, engenheiro da NAVA Technology for Business, uma empresa de serviços e soluções de negócios e tecnologia.
“Os dados poderão ficar armazenados no blockchain, garantindo maior segurança e privacidade. Isso vai contribuir para a criação de ambientes de negócios mais sustentáveis”, afirmou Otávio, que acredita que a segurança nas transações na internet possa aumentar significativamente com a adoção mais ampla da tecnologia blockchain.
Enquanto hoje os dados de internautas ficam guardados nas mãos de grandes empresas de tecnologia e seu uso por parte delas pode gerar conflitos de interesses, a Web 3.0 promete acabar com isso.
Na nova fase da internet, em tese, não veremos mais o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, ter de comparecer à julgamentos por conta do uso indevido de dados de seus usuários, por exemplo.
Um grande defensor da Web 3.0, Viana lista algumas das principais características deste novo padrão na internet:
● Descentralização: principal característica do novo modelo, a medida permite que os usuários sejam detentores de suas informações; eles participarão das tomadas de decisão e compartilharão informações de forma segura.
● Segurança: ao utilizar a tecnologia blockchain, a Web 3.0 vai garantir mais segurança para o usuário, pois todas as atividades terão que ser assinadas com sua chave privada. Além disso, com mais de dez anos de existência, a tecnologia blockchain não sofreu invasão cibernética.
● Velocidade: o novo modelo promete remodelar a web para que ela seja mais rápida, mais segura e mais resistente ao cibercrime.
● Transparência: mecanismos que possibilitam avaliar a autenticidade de dados, transações, contratos inteligentes, são alguns exemplos de ferramentas que permitem a eliminação de erros, fraudes e até fake news.
Apesar de ter ganhado vida com a criação do bitcoin em 2009, conceitos que remetem à tecnologia blockchain já haviam sido idealizados por especialistas da tecnologia há muitos anos. O próprio criador da “Web 1.0”, ou World Wide Web, Tim Berners-Lee pensava em uma tecnologia que acabou não colocando em prática, a Web Semântica, que em muito se assemelha ao blockchain.
“Considerando os seus benefícios, a Web 3.0 trará uma mudança radical na forma como compramos, realizamos pagamentos, interagimos uns com os outros e nos divertirmos. Os algoritmos também entenderão os desejos e perfis dos usuários de forma mais consistente. O acesso seguirá sendo feito por meio de navegadores e as aplicações conhecidas como DApps também passarão a operar de forma descentralizada, possibilitando o acesso direto aos blockchains”, finalizou Otávio Viana.
Fonte: Exame