Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas do Brasil, foi agraciada nesta terça-feira (10) com o Prêmio Campeões da Terra 2024, a maior condecoração ambiental concedida pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). A cerimônia de premiação, realizada no Dia Internacional dos Direitos Humanos, destacou sua atuação na defesa dos direitos indígenas e na promoção de práticas sustentáveis para a proteção da biodiversidade.
“Estou muito feliz e honrada por receber o Prêmio Campeões da Terra. Esse reconhecimento reforça a responsabilidade de continuar conscientizando sobre a urgência de proteger a biodiversidade do nosso planeta”, declarou Guajajara.
Desde sua criação, em 2005, o prêmio tem reconhecido líderes e organizações com iniciativas inovadoras e transformadoras no enfrentamento de desafios ambientais globais. Este ano, o foco foi em soluções para a restauração da terra, aumento da resiliência à seca e combate à desertificação, em resposta aos crescentes impactos das mudanças climáticas.
Durante seu discurso, Sonia Guajajara destacou os desafios ambientais e sociais enfrentados atualmente, atribuindo-os à exploração predatória dos recursos naturais e às desigualdades estruturais. Ela também enfatizou o papel central dos povos indígenas na preservação ambiental.
“A sociedade pode aprender muito com o bem viver indígena. Nossos modos de vida são baseados no respeito à Mãe Terra, no cuidado coletivo e na convivência harmônica com todos os seres. É essencial que esses valores sejam reconhecidos e integrados às práticas de preservação ambiental”, afirmou.
A ministra ainda ressaltou que as crises climáticas e ambientais impactam desproporcionalmente as populações mais vulneráveis, reforçando a urgência de ações inclusivas e sustentáveis.
O processo de seleção do Prêmio Campeões da Terra leva em conta critérios como inovação, impacto e a relevância das ações realizadas. Sonia Guajajara foi reconhecida por seu trabalho na valorização dos conhecimentos tradicionais indígenas e na manutenção da floresta em pé, aspectos cruciais para a mitigação das mudanças climáticas.
“A valorização da luta e do conhecimento ancestral dos povos indígenas é essencial para revertermos os cenários de degradação ambiental. Agradeço ao Pnuma pelo reconhecimento e pela parceria nessa jornada pela preservação da biodiversidade”, concluiu.
O Prêmio Campeões da Terra 2024 não apenas celebra o trabalho de Guajajara, mas também ressalta a importância de soluções sustentáveis e inclusivas que integrem saberes tradicionais e inovação tecnológica no combate à crise climática.