O solstício de verão ensejou a comemoração do mês de junho em diferentes locais do mundo. A história nos conta que os povos pagãos do Hemisfério Norte já celebravam o dia mais longo e a noite mais curta do ano, como forma de solicitar aos deuses boas colheitas resultantes de uma terra abençoada e devidamente fértil. Mesmo antes da chegada de Jesus Cristo ao mundo, o ritual já havia se tornado um hábito que com o surgimento e crescimento do Cristianismo, foi se enraizando como uma tradição da igreja católica, culminando, inclusive, com a mudança da data de referência, que de início era 21 de junho, para o dia 24, data do nascimento de São João Batista. Tempos depois a igreja acresceu mais duas datas: 13 e 29 de junho, os dias de Santo Antônio e São Pedro respectivamente. Assim nasceram as festas “joaninas” em referência a São João tendo mais dois padroeiros: Santo Antônio e São Pedro.
A busca da abundância de colheitas é possivelmente a razão da relação com tanta comida deliciosa no período junino. Os “arraiais” e as “quadrilhas” remetem à antiguidade desses festejos. E como a cultura não é estática, a festa foi evoluindo e aqui no Maranhão inserimos o Bumba meu boi. Santo Antônio, o casamenteiro, traz ao festejo a mensagem da união através do casamento e da fartura. O pão de Santo Antônio é a crença da continuação do milagre da multiplicação. Pão que sacia a fome física e sustenta o espírito. São João Batista costuma ser chamado só de São João. É o mais famoso dos santos, protetor dos doentes. O filho de Zacarias batizou Jesus, sendo considerado seu precursor, e iniciou a prática de “lavar” no rio Jordão os que confessavam os seus pecados, criando a cerimônia do batismo. Enquanto seus outros dois colegas santos são lembrados pela data de sua morte, São João é comemorado pela sua data de nascimento.
Incluímos, também aqui no Maranhão, São Marçal aos festejos juninos. Um santo pouco conhecido mas que está associado ao milagre de trazer um morto à vida ao tocá-lo com uma vara presenteada por São Pedro. Talvez esse o motivo de todos os “bois” de São João se reunirem no seu dia, 30 de junho, para agradecer pela ressureição do boi sacrificado pelo desejo de Catirina em comer sua língua.
São Pedro, que tem seu dia comemorado hoje, 29 de junho, é motivo de grande festa que já começa na véspera, 28, e vai até o amanhecer contando também com uma procissão marítima. O pescador de peixes que ouviu de Jesus: Você será o pescador de homens, até ali chamado de Simão, retribuiu a Cristo: Tu és o Messias, o Filho de Deus. Nascia uma parceria importante e de muitas lições. Pedro, a pedra fundamental, se tornou o primeiro Papa e Pilar da Igreja.
Pedro pregou o evangelho de forma destemida e pagou com a própria vida. Mas não aceitou ser igualado a Cristo. Não se considerava digno de tanto e teve o último desejo atendido. Já que foi condenado à “morte de cruz”, pediu que fosse crucificado de cabeça para baixo. Assim partiu o dono da chuva e chaveiro do céu.
A relação de Pedro com Cristo tem um foco no arrependimento que consolida um propósito. Após sua ressureição, conforme a Bíblia, Cristo se dirige a Pedro e o perdoa, ao ver que o mesmo havia se arrependido de não assumir ser um discípulo na famosa profecia: Antes que o galo cante, tu me negarás três vezes.
Gosto dessa história e espero que não contenha erros, pois a dedico ao meu amigo, padre casado, Seu João Tavares, um batalhador de fé, que poderá me corrigir prontamente dos eventuais erros aqui contidos.
Salve São Pedro.