Nesta terça-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu a 79ª Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque, mantendo a tradição do Brasil de inaugurar os debates do evento. Com temas como diversidade, paz, desenvolvimento sustentável e dignidade humana no centro da reunião deste ano, o discurso de Lula ganhou destaque especial devido à crise climática enfrentada recentemente pelo Brasil, marcada por queimadas e enchentes no Rio Grande do Sul.
Em sua fala, Lula abordou questões globais que têm sido prioridade em sua agenda, como a transição energética e a preservação ambiental. O presidente brasileiro vem alertando a comunidade internacional sobre a necessidade de ações mais contundentes para conter as mudanças climáticas, e os recentes desastres naturais no Brasil reforçaram a urgência desse debate. “O mundo precisa entender que o tempo de agir é agora”, afirmou Lula em compromissos anteriores, sinalizando o tom de sua participação na ONU.
A fala de Lula era aguardada com grande expectativa, não só pela sua relevância como líder global, mas também pelas circunstâncias críticas enfrentadas pelo Brasil nos últimos meses. As queimadas, que devastaram vastas áreas de florestas, e as enchentes que atingiram o sul do país, colocaram o Brasil no centro do debate climático. O presidente destacou a responsabilidade compartilhada das nações para reverter esse cenário e reiterou o compromisso do Brasil com a preservação ambiental e a transição para uma economia verde.
Além de sua participação na Assembleia, Lula participará de uma mesa redonda sobre democracia e o combate ao extremismo, reforçando a defesa de valores democráticos em um cenário global polarizado. Também estão previstos encontros bilaterais com líderes como o rei Abdullah II, da Jordânia, o presidente Emmanuel Macron, da França, e o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez.
Na segunda-feira (23), o presidente brasileiro foi homenageado pela Fundação Bill e Melinda Gates, recebendo um prêmio pelas políticas de combate à fome e à pobreza implementadas em seus mandatos anteriores. Durante o evento, Lula reforçou seu compromisso de erradicar a fome no Brasil, destacando a importância de políticas públicas como o Bolsa Família. Ele também enfatizou a responsabilidade do Estado em reduzir as desigualdades sociais. “O problema não é a falta de riqueza, mas a pobreza extrema que afeta milhões. Não sou contra ninguém ser rico, sou contra as pessoas serem pobres”, afirmou.
Na quarta-feira, Lula terá outro compromisso importante: a abertura da segunda reunião de Chanceleres do G20. Durante o evento, ele deve fazer um apelo por uma governança global mais inclusiva e pelo combate à fome e à pobreza no mundo. O presidente brasileiro pretende usar sua posição no G20 para promover um debate sobre desigualdade e reforçar a importância da cooperação internacional no enfrentamento de desafios globais.
A participação de Lula na Assembleia Geral da ONU e seus encontros bilaterais reafirmam o papel ativo do Brasil nas discussões sobre mudanças climáticas, governança global e combate à pobreza, áreas que ele considera essenciais para o desenvolvimento sustentável e a justiça social.