Uma exposição organizada pelo Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA) celebra o bicentenário da romancista, professora e musicista Maria Firmina dos Reis, considerada uma das personalidades mais importantes da literatura nacional.
Iniciada no início de agosto, a amostra, realizada no auditório do Centro Administrativo do Poder Judiciário, na rua do Egito, no Centro Histórico de São Luís, inclui um vasto acervo, auxiliado pela tecnologia, para a reconstituição dos bastidores do cotidiano da escritora.
Documentos históricos e peças raras ajudam a traçar um perfil da trajetória de Maria Firmina dos Reis, célebre pelo pioneirismo de suas contribuições à vida literária brasileira. Nascida no século XIX, Firmina se destacou no mundo das letras desde muito jovem. Seu romance, ‘Úrsula’, tornou-se o primeiro livro da história do país escrito por uma mulher.
No Maranhão, suas contribuições estiveram presentes na elaboração de antologias, na imprensa local e na composição de trabalhos musicais. Como professora, colaborou com ensino misto de meninos e meninas, em gesto inédito para a cultura escolar da época. O teor de seus textos, ao longo dos anos, representaram uma aproximação com o ideário das lutas feministas, ainda no início, no Brasil. Sua postura também reforçou o papel de negros e mulheres na vida intelectual da sociedade.
A bibliotecária Joseane Cantanhede, em entrevista à TV Mirante, explicou que a execução do projeto contou com o diálogo e a pesquisa de diversos especialistas na área de história, para elaborar, com o maior nível de precisão, a imagem da escritora, que não possui registros oficiais de imagens.
‘Com base em outras pesquisas, em outros historiadores, com contribuições de historiadores locais, nós colocamos todas essas fontes para dialogar e, no momento que repassamos para a empresa contratada, fazer esse imagético o mais próximo do que deveria ser’, disse.
A vice-prefeita de São Luís, Esmênia Miranda, explicou que o resgate da memória de Maria Firmina, através da exposição, representa orgulho aos maranhenses.
‘Ela é de uma história incrível, e que estava aí, escondida. As pesquisas começaram a ser desenvolvidas, mais ou menos recente; livros começaram a ser publicados; ‘Úrsula’ passou a ser republicado várias vezes. A gente tem que lembrar a luta dela; a história de alguém que viveu à frente do seu tempo’, concluiu.