Por *Waldir Maranhão
Ao iniciar na vida pública, o fiz por meio da educação. Em duas ocasiões fui reitor da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), o que muito me honrou e honra até hoje.
A vida acadêmica me mostrou que qualquer mudança em termos de nação só é possível através do ensino acessível a todos.
Essa crença, que cultivo diariamente, levou-me à vida política. Tinha em mente, e ainda tenho, um projeto de país, um projeto para meu estado, para os maranhenses. Sempre à sombra do “educar para mudar”.
Para muitos, em especial para as elites, a defesa da bandeira da educação pode parecer proselitismo, mas o avanço do tempo e a realidade atual mostram que fiz a escolha certa. Não é preciso doses extras de discernimento para perceber que há algo errado no Brasil.
Em 2010, findava meu primeiro mandato como deputado federal quando percebi que poderia fazer mais pelo Maranhão e pelos maranhenses. Apostei em um projeto que previa não apenas alternância no poder estadual, mas oportunidades reais aos meus conterrâneos.
À época, durante reunião em um hotel da capital paulista, concordei em apoiar Flávio Dino em sua corrida ao governo do Maranhão. Era uma forma de tirar o estado da mesmice política.
Dino não foi eleito, mas quatro anos depois mantive a decisão de apoiá-lo novamente para comandar o estado. De 2014 até hoje, ou seja, passados quase oito anos, a vida dos maranhenses teve conquistas, mesmo sabendo que ainda há muito por fazer por uma população sofrida e durante décadas desamparada
Ao longo dos anos percebi que era preciso fazer mais, sempre ciente de que, como diz a sabedoria popular, “uma andorinha só não faz verão”.
A política é a arte do diálogo, do consenso, do equilíbrio das divergências. Essa receita é que faz mágica a democracia. Não há ideologia maior e mais forte do que os direitos e as necessidades de cada cidadão.
Novas eleições despontam no horizonte de 2022, com muitas disputas antecipadas já a correr no campo político. O momento vivido pelo Brasil exige desprendimento, ao mesmo tempo que cobra dedicação dos homens públicos. Nesse terreno não se deve confundir coalizões políticas com interesses pessoais ou paroquiais.
Continuo perseguindo o projeto de um Brasil melhor e mais digno para todos, a começar pelos maranhenses, que depois da grave crise sanitária não pode retroceder. É preciso avançar em busca de justiça social e para garantir os direitos individuais que a nossa Constituição garante a todos.
Com o propósito de ver o Maranhão caminhando na direção de dias exitosos, não há como interromper um processo de mudança que começou há menos de uma década com Flávio Dino.
O atual vice-governador do estado Carlos Brandão, meu companheiro de PSDB, é a garantia de continuidade. A essa altura dos acontecimentos, mudanças radicais no projeto de um Maranhão justo e melhor são inaceitáveis. Brandão é a garantia da continuidade das conquistas sociais.
Quem conhece o meu estado sabe do que falo. Muitas são as necessidades prementes dos conterrâneos, mesmo que muito tenha sido feito nos últimos anos. É preciso mais, muito mais.
Ao longo dos anos, a atividade política foi demonizada pela opinião pública. Falsos profetas surgiram em cena para prometer o sabiam ser impossível cumprir. Ancorados na mentira, levaram o país ao atraso, ao obscurantismo, a ameaças golpistas, dando a entender que a subjugação é a melhor saída.
O Maranhão muito tem a dar ao país, mas também espera – e necessita – a as contrapartidas. Todos, sem exceção, temos a obrigação de rumar na direção do artigo 5º (caput) da Carta Magna: “Todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza”.
Se todos são iguais, como dispõe a lei maior, devemos nos unir ao redor de um projeto de país que priorize as questões sociais, sem as quais não alcançaremos o almejado.
Há candidatos e candidatos, há promessas e promessas, mas não podemos errar novamente. Não podemos nos deixar levar pelo discurso fácil, mas que resulta em nada.
Como homem público, estou disposto a continuar na estrada que escolhi como caminho para a mudança da nossa triste realidade. Estou pronto para lutar ao lado de companheiros de duras e passadas batalhas, com vontade de sobra para defender os interesses dos maranhenses e dos brasileiros.
No momento pouco importa a filiação partidária, a ideologia de um e de outro, desde que a prioridade seja o cidadão. É preciso tentar sempre, pois a má política leva a uma realidade que já conhecemos e da qual queremos distância.
Como disse certa vez o saudoso sociólogo e antropólogo Darcy Ribeiro (1922-1997), “mais vale errar se arrebentando do que poupar-se para nada”.
Sigamos em frente, porque o Maranhão e o Brasil nos esperam!
(*) Waldir Maranhão – Médico veterinário e ex-reitor da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), onde lecionou durante anos, foi deputado federal, 1º vice-presidente e presidente da Câmara dos Deputados.