Com a chegada do verão e o aumento das chuvas, o Brasil vive um alerta para o crescimento dos casos de dengue. O cenário climático típico dessa época do ano, caracterizado por calor intenso e chuvas frequentes, favorece a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Especialistas recomendam medidas preventivas para conter a disseminação da enfermidade, que já atinge números recordes no país.
Segundo o infectologista Manuel Palácios, do Centro de Segurança Assistencial (CSA) do Hospital Anchieta, em Brasília (DF), as condições climáticas aceleram o ciclo de vida do mosquito, aumentando a população do vetor. “A combinação de calor e água acumulada cria um ambiente ideal para o Aedes aegypti. Recipientes como pneus, vasos de plantas e calhas se tornam criadouros potenciais, especialmente em áreas urbanas. É fundamental que a população faça inspeções regulares em suas casas e locais de trabalho para eliminar focos de água parada”, destaca.
O especialista alerta para o aumento esperado de casos entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025. Somente em 2024, o Brasil já registrou 6,5 milhões de casos prováveis de dengue, o maior número da série histórica. São Paulo lidera em números absolutos, com 2,1 milhões de registros, enquanto o Distrito Federal apresenta o maior coeficiente de incidência, com 9876,9 casos por 100 mil habitantes.
“A vulnerabilidade de crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas torna imprescindível que esses grupos reforcem os cuidados preventivos, como a eliminação de criadouros e, sempre que possível, a busca pela imunização”, afirma Palácios. Ele ressalta que vacinas, como a Qdenga, têm sido aliadas importantes no combate à dengue, especialmente nas regiões com maior incidência da doença.
Para o infectologista, o controle da dengue depende de esforços integrados entre governo e sociedade. Além das ações individuais, como a remoção de água acumulada, campanhas de vacinação e estratégias governamentais são cruciais para evitar o agravamento dos casos.
“Ações coletivas, somadas às medidas preventivas de cada cidadão, são fundamentais para enfrentarmos os períodos críticos, como o verão chuvoso. Com conscientização e mobilização, é possível reduzir significativamente os impactos da doença”, conclui.
Como se prevenir da dengue
Elimine criadouros: Inspecione semanalmente ambientes internos e externos para evitar o acúmulo de água parada.
Mantenha recipientes secos: Vire garrafas, tampe caixas d’água e cubra reservatórios.
Proteja-se de picadas: Utilize repelentes e instale telas em janelas e portas.
Vacine-se: Caso disponível em sua região, busque a imunização contra a dengue.
Com o aumento das chuvas e o calor intenso, a atenção redobrada da população e iniciativas públicas eficazes podem fazer a diferença na redução dos casos de dengue e na preservação da saúde coletiva.