Quando do falecimento do ex-governador Jackson Lago, em 2011, escrevi que o Maranhão perdia o seu último estadista e que nos aproximávamos de um período obscuro e de atraso por cerca de 10 anos ou mais.
Hoje, 11 anos depois, constato com tristeza que:
– A pobreza do maranhense aumentou, sendo que 1.059.510 é o número de famílias abaixo da linha de pobreza
– Que a renda per capita do maranhense é a menor do Brasil
– Que 74% das pessoas ganham menos de um salário mínimo
– Que os índices do IDEB, da cobertura de água e esgoto tiveram inexpressivo aumento
– Que o analfabetismo permanece em níveis inaceitáveis
– Que o déficit previdenciário e a dívida pública aumentaram assombrosamente
– Que o Maranhão continua sem conectividade,
– Que o desmatamento da pré-Amazônia aumentou significativamente
– Que os produtores e fazedores de cultura vivem às turras com os órgãos públicos.
Enfim, um quadro nada animador.
Diante disso, o que o futuro nos reserva? O continuísmo se as forças palacianas forem bem sucedidas nas próximas eleições; de outro lado, novas perspectivas para a população maranhense se as forças do chamado campo progressista tiverem a competência de desatarem os nós e armadilhas colocadas no seu caminho pelo uso imoderado das verbas públicas.
Quando se vê a mistura de políticos bem conhecidos pela história dos atos que praticaram e praticam; de outros que nos surpreendem pela falta de altivez e bom senso caídos pela tentação de dinheiro ou cargos fáceis, além de promessas futuras sem beira nem eira.
Da mesma forma, quando se percebe o círculo da maldade liderado por cabeças que contribuíram decisivamente para que o Maranhão não avançasse engalfinhados uns por cima dos outros para manterem o cerco aos mais humildes e assim perpetuarem o ciclo de mordomias em que sempre viveram e vivem.
De um lado, resta a tristeza dos que resistem, mas, de outro, os enche de agudo desejo e vontade de derrotá-los como fizeram as forças oposicionista ao alçar o Dr. Jackson Lago ao governo do estado, em 2006.
Não custa esperar para se ver as ruas serem tomadas por uma militância que não se dobra e que aprendeu a fazer a boa luta e o bom combate. Percebe-se que o movimento social organizado começa a se movimentar para dar resposta aos desatinos daqueles que se arvoram em donos do Maranhão.
É como se uma praga maldita tivesse sido jogada em nosso solo fazendo girar por influência de magia a cabeça de políticos que querem o estado para si. Desde Vitorino Freire que a praga persiste. Tem sido mais difícil para o povo do Maranhão avançar do que para recuar ao passado, como tentam ainda hoje os inimigos do nosso povo.
Sentimentos de vergonha e desonra devem povoar as noites de tais lideranças, impedindo-lhes de experimentar um sono profundo e revitalizador.
Ah! Como é bom fazer campanha ao lado dos que mais padecem por falta de políticas públicas de estado, que não de governo. Mulheres, negros, lgbtqi+, moradores de rua, palafitados, quilombolas, indígenas, imensa maioria que, unida, faz emergir um nível de energia que supera o volume de dinheiro, de cargos, de promessas, de disfarces e de armadilhas.