A Força Aérea Brasileira (FAB) e a Agência Espacial Brasileira (AEB) anunciaram nesta quarta-feira (28) o resultado do edital de chamamento público para selecionar empresas com interesse em realizar operações de lançamentos de veículos espaciais não militares a partir do Centro Espacial de Alcântara (CEA), no Maranhão.
O evento, ocorrido em Brasília, contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro, ministros e integrantes das Forças Armadas. O presidente Jair Bolsonaro, durante o anunciou dos nomes das empresas selecionadas para parcerias no Programa Espacial de Alcântara. São quatro as empresas selecionadas, cada uma responsável por operar uma unidade do CEA.
- A Hyperion, dos Estados Unidos (EUA), vai operar o sistema de plataforma VLS.
- A Orion Ast, também norte-americana, ficará responsável por atuar no lançador suborbital.
- A canadense C6 Launch foi escolhida para operar a Área do Perfilador, que também é um ponto de lançamento.
- A Virgin Orbit, outra empresa dos EUA, atuará no aeroporto de Alcântara, que faz parte da base.
A expectativa é que as primeiras operações de lançamento tenham início em 2022. Um outro edital, lançado no último dia 16 de abril, vai selecionar empresas para atuar na Área 4 do Centro Espacial. Segundo o comandante da FAB, tenente-brigadeiro do ar Batista Júnior, a operacionalização da Base de Alcântara vai ter impactos positivos no desenvolvimento do programa espacial brasileiro.
O comandante da Aeronáutica, Tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, durante o evento, anunciou os nomes das empresas selecionadas para parcerias no Programa Espacial de Alcântara.
“Para o Brasil, a implantação do Centro Espacial de Alcântara implicará ainda no intercâmbio de experiências, no aperfeiçoamento técnico de recursos humanos, da nossa infraestrutura, no desenvolvimento de novos projetos e processos e no aumento do nível de prontidão operacional, advindos da cadência de lançamentos esperada”, afirmou.
Ele também espera maior desenvolvimento do mercado de serviços e da indústria aeroespacial.
“Nós lançamos, desde 2019 até agora, quatro satélites. Vêm outros pela frente. Essa é a decolagem do programa espacial brasileiro”, comemorou o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes.
Acordo de Salvaguardas
Em 2019, o Brasil e os Estados Unidos firmaram um Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST). Por meio desse acordo, o país tem a possibilidade de lançar foguetes e espaçonaves, nacionais ou estrangeiras, que contenham partes tecnológicas norte-americanas.
Em contrapartida, o Brasil garante a proteção da tecnologia contida nesses equipamentos. Atualmente, aproximadamente 80% dos equipamentos espaciais do mundo possuem algum componente norte-americano.
O Centro Espacial de Alcântara está localizado em uma posição estratégica para o lançamento de satélites. A sua proximidade com a linha do equador pode reduzir em cerca de 30% o consumo de combustível. A amplitude de lançamento de mais de mais 100 graus permite inserir cargas úteis em órbitas polares e equatoriais.
A região também apresenta condições climáticas favoráveis, com tempo estável ao longo do ano, baixa interferência de fenômenos atmosféricos e ausência de eventos como terremotos e furacões. Além disso, é uma região de baixa densidade demográfica e baixo tráfego aéreo e marítimo, também consideradas características vantajosas.
Fonte: Aeroflap