O deputado César Pires (PV) questionou a liderança do governador Flávio Dino ao lembrar que Weverton Rocha é o segundo senador do Maranhão a confrontar o chefe do Executivo estadual, além dos deputados estaduais e federais que decidiram não seguir a orientação do governador nas eleições deste ano em São Luís.
“O senador Roberto Rocha foi o primeiro a se insurgir contra as ordens do governador, mas já não é o único, porque Weverton Rocha também foi a Palácio dizer que é livre para fazer suas escolhas. Foi duro e seguro ao se opor à vontade de Flávio Dino, assim como o deputado Neto Evangelista, e o prefeito Edivaldo Holanda Júnior, que resistiu a todas as pressões”, afirmou César Pires.
Ele destacou que, ao longo de todos os governos do grupo Sarney, nunca viu seus senadores usarem camisas com frases em afronta à liderança do governador. “Só se afronta quem merece, e foi o que ocorreu no Palácio dos Leões durante esta campanha eleitoral. Senadores, deputados e várias outras lideranças tiveram a coragem de dizer não ao governador e ceder a todas as suas pressões”, afirmou.
César Pires enfatizou que, há seis anos no poder, o governador está sentindo sua fragilidade política por não seguir a orientação dada pelo Marques de Pombal ao então governador Joaquim Póvoas sobre o povo do Maranhão, em carta citada no livro “Conselho aos Governantes”: “Engana-se quem entende que o temor com que se faz obedecer é mais conveniente do que benignidade com que se faz amar, pois a razão natural ensina que obediência forçada é violenta, e a voluntária é segura”.
Para César Pires, Flávio Dino já amarga o dissabor de ter contra ele pessoas que já lhe apoiaram, por governar com arrogância e prepotência, e por tentar impor suas vontades pelo medo. “Não há conquista de liderança, há imposição do governo. Por isso, todos os que se opuseram às ordens do governador nestas eleições são heróis para mim. E devem servir de exemplo para a Assembleia Legislativa, que não pode mais continuar agachada, submetida às vontades de um déspota”, finalizou ele.
Por Jorge Aragão