O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) inicia nesta quinta-feira (4) o primeiro teste nacional do Censo 2022. Foram selecionados bairros de municípios, distritos ou comunidades de todos os estados do país, que serão percorridos por 250 recenseadores.
De acordo com o instituto, os testes incluem todas as etapas do Censo, entre elas: treinamento dos recenseadores, pesquisa sobre as características dos domicílios e modelo misto de entrevistas (presencial, via internet ou por telefone).
A partir de 25 de novembro, o IBGE prevê que o Censo 2022 vá chegar às terras indígenas e aos territórios quilombolas. No Rio de Janeiro, essas visitas acontecerão em Angra dos Reis e Paraty.
O Censo 2022 definitivo visitará todos os mais de 70 milhões de domicílios do país a partir de junho do ano que vem.
No início de setembro, o IBGE fez um censo preparatório em Paquetá, no Rio de Janeiro, onde foram visitados quase 1,3 mil domicílios.
Segurança dos entrevistados
Os recenseadores vão trabalhar uniformizados, com boné, colete e bolsa azuis com a logomarca do IBGE. No colete, há também o crachá de identificação, com a foto e os números de matrícula e identidade do entrevistador. Eles vão utilizar um Dispositivo Móvel de Coleta (DMC) de cor azul, semelhante a um smartphone.
É possível verificar a identidade dos entrevistadores do IBGE:
O instituto garante também que as equipes seguirão todos os protocolos sanitários contra a Covid-19, como o uso de máscara e a higienização das mãos e dos equipamentos com álcool em gel.
Os testes utilizarão um modelo misto de coleta em que, além da entrevista presencial, os moradores poderão optar pelo preenchimento do questionário pela internet ou responder por telefone.
Tecnologia
O Censo 2022 será totalmente informatizado. Além dos novos dispositivos móveis para a coleta de dados, mais modernos do que os utilizados em 2010, o IBGE passou a utilizar “nuvens” na internet para o tráfego de dados e novos Data Centers. Entre as inovações tecnológicas, estão também:
- Gerenciamento digital dos resultados da coleta de dados, em tempo real, permitindo correções de eventuais erros operacionais;
- Gerenciamento em tempo real dos deslocamentos dos recenseadores;
- Digitalização de todo o processo de contratação de funcionários temporários, eliminando o uso do papel;
- Armazenamento em nuvem dos arquivos digitais, agilizando a rotina diária dos recenseadores;
- Transmissão dos dados coletados de forma criptografada e segura.
Atraso na realização do Censo
O Censo deveria ter sido realizado em 2020, mas foi adiado diante da pandemia do coronavírus. Remarcado para 2021, ele acabou sendo novamente suspenso devido à falta de recursos.
O governo federal cortou a maior parte da verba que seria destinada à realização do Censo em 2021. Na tramitação do Orçamento no Congresso Nacional, os parlamentares já haviam cortado os valores destinados à pesquisa, de R$ 2 bilhões para R$ 71 milhões – a direção do IBGE considerava ideal R$ 3,4 bilhões para realizar a pesquisa.
Em maio, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o governo federal é obrigado a tomar as medidas necessárias para realizar o Censo.
O Censo é a principal pesquisa demográfica do país. Com periodicidade decenal, ou seja, realizado a cada dez anos, ele é responsável pelo levantamento dos principais dados sobre a população brasileira.
Além da contagem da população, o Censo traz dados sobre saúde, educação, emprego, renda, acesso a saneamento, entre outras informações essenciais para implementação e desenvolvimento de políticas públicas. O último Censo foi realizado em 2010.
Fonte: G1