Em entrevista ao programa “Café com Notícias” desta quarta-feira (2), a delegada Wanda Moura, diretora da Casa da Mulher Brasileira e chefe do Departamento de Feminicídio do Maranhão, destacou o preocupante aumento dos casos de feminicídio no estado. Até o momento, 52 casos foram registrados em 2024, superando os 50 ocorridos ao longo de todo o ano de 2023.
Durante a conversa com a jornalista Elda Borges, a delegada apontou que o governo estadual tem intensificado ações de prevenção, mas ressaltou que o problema tem raízes profundas na cultura e na educação. “A violência atinge mulheres de todas as classes sociais e condições financeiras. Isso está muito ligado à nossa cultura, onde as mulheres são ensinadas a serem mais tolerantes e permissivas”, afirmou.
Wanda Moura frisou a importância da denúncia como ferramenta crucial para interromper o ciclo de violência. Em muitos casos, as vítimas não percebem o perigo iminente por romantizarem relacionamentos abusivos, o que impede que busquem ajuda a tempo. Segundo a delegada, no Maranhão, a maioria das mulheres são mortas por companheiros ao tentarem romper relações abusivas, e muitas dessas vítimas nunca registraram boletim de ocorrência ou solicitaram medidas protetivas.
Além disso, Wanda Moura reforçou o papel fundamental de familiares, amigos e vizinhos para denunciar casos de violência, especialmente de forma anônima, pelos números 181 ou 180. “A partir da denúncia, uma investigação policial é iniciada”, explicou.
O governo estadual, em parceria com a Casa da Mulher Brasileira e as Polícias Civil e Militar, tem promovido ações educativas em bairros, escolas e comunidades para conscientizar a população sobre o combate à violência de gênero.
O programa “Café com Notícias” vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 8h30, pela TV Assembleia.