Em uma troca de prisioneiros inédita entre os Estados Unidos e a Rússia, a jogadora de basquete dos Estados Unidos Brittney Griner, presa em Moscou desde o início do ano, foi solta nesta quinta-feira (8), informou o governo dos Estados Unidos.
Griner, que foi condenada pela Justiça russa após ser presa por porte ilegal óleo de cannabis ao entrar no aeroporto de Moscou em março, foi trocada por um traficante de armas russo que estava preso nos Estados Unidos havia dez anos.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que falou com a jogadora de basquete por telefone, que ela já foi solta e está sob custódia de autoridades norte-americanas a caminho do país.
Campeã da NBA norte-americana, Griner havia sido condenada a nove anos de prisão, uma pena que Washington chamou de arbitrária. Desde seu julgamento, no entanto, o governo norte-americano já negociava com Moscou uma troca de prisioneiros para conseguir libertar a atleta, que também jogava em uma equipe da Rússia.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia confirmou que trocou a estrela do basquete norte-americano pelo cidadão russo Viktor Bout em uma troca de prisioneiros. Segundo agências de notícias russa, a troca ocorreu no aeroporto de Abu Dhabi.
Quem é Vikor Bout
Viktor Bout é um ex-tenente-coronel do Exército Soviético que o Departamento de Justiça dos EUA já apontou como um dos maiores traficantes de armas do mundo. Bout cumpria sentença de 25 anos sob a acusação de conspirar para vender dezenas de milhares de dólares em armas que autoridades dos EUA alegam que seriam usadas contra Washington.
Ele se tornou um dos homens mais procurados do mundo durante sua carreira como negociante internacional de armas e foi apelidado de “o Mercador da Morte” em uma biografia de 2007.
Prisão durante a guerra
Griner foi presa em 5 de março deste ano, poucos dias após a Rússia invadir a Ucrânia. Durante as férias da NBA – a liga de basquete dos EUA – a norte-americana costumava jogar em um time russo na temporada de basquete do país.
Dessa vez, no entanto, ela foi parada pela polícia no aeroporto de Moscou por porte de óleo de cannabis detectado por cães farejadores. Sua defesa alegou que Griner tinha prescrição médica para usar o óleo.
A Justiça russa ignorou a alegação e levou a atleta a julgamento. Em agosto, ela foi condenada, recorreu mas não conseguiu reverter a sentença de nove anos de prisão. Em novembro, Griner foi enviada a uma colônia penal – um modelo de prisão russa da época soviética – na Moldóvia.
Fonte: G1