O presidente Jair Bolsonaro afirmou a um grupo de garis na manhã desta quarta-feira (20/05) que o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, ficará ‘por muito tempo’ na condução da pasta. O chefe do Executivo deixava o Palácio da Alvorada no comboio quando resolveu parar para conversar com os trabalhadores sobre a situação econômica do país e desempregos em meio à crise do novo coronavírus.
“Sei que vocês são pessoas humildes. Minha família é da Ceilândia. Deixa eu fazer uma pergunta para vocês. Vocês estão trabalhando. E os vizinhos? Perderam emprego? Estão trabalhando? Como é que está? Aguenta muito tempo ficar sem trabalhar? Como está a geladeira desse pessoal? Está vazia?”, questionou Bolsonaro.
Um dos integrantes respondeu: “Está vazia. Com certeza”. Foi então que outro deles perguntou ao presidente: “O [novo] ministro da saúde saiu [a nomeação] já?”, perguntou um dos garis. “Não, ele [Pazuello] vai ficar por muito tempo, esse que tá lá. Não vou mudar, não. Ele é um bom gestor e tem uma equipe boa de médicos abaixo dele“, disse Bolsonaro.
Bolsonaro voltou a dizer ainda que o vírus é como uma chuva. “A questão do vírus: mais da metade vai pegar. Não adianta. É igual uma chuva. Se chover aqui agora vai molhar. Vamos enfrentar, tá certo? Toma conta do pai de vocês, da minha mãe, que tá viva, de quem tem alguma doença e toca o barco, toca a vida, porque esse empobrecimento que estão fazendo quase no Brasil todo vai fazer pobre ficar mais pobre, classe média fica pobre e é ruim pra todo mundo porque sem dinheiro não tem vida, não tem saúde”.
Sem pressa
Ainda ontem (20/05) em entrevista para o jornalista Magno Martins, Bolsonaro disse que não tem previsão para nomear um substituto de Nelson Teich, que pediu demissão no último dia 16. Bolsonaro disse ainda que Teich tem ligado para Pazuello para dar dicas, ‘diferentemente de Mandetta’.
“Por enquanto deixa lá. O general Pazuello é um gestor de primeira linha. Graças a ele tivemos Olimpíadas, ele acolheu o pessoal da Venezuela e é um grande nome. O que saiu (Teich) continua meu amigo, não vou entrar em detalhes. Estou quase apaixonado por ele. Ele teve muita dignidade. Pazuello tem falado com ele (Teich), inclusive. Foi um cara que agiu discretamente, sem aparecer, diferente do anterior (Mandetta), que está criticando. Não vou polemizar, que ele continue sua carreira, vai ser feliz, mas a saúde é uma coisa grave. Parece que no Brasil só tem problema de vírus. A pessoa está sentindo dor no peito, não vai pro hospital”, disse o chefe do Executivo.
Por Ingrid Soares