O deputado estadual Carlos Lula (PSB) entrou com uma Ação de Justificação de Desfiliação Partidária no Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA), alegando justa causa para deixar o partido sem correr risco de perder o mandato. O parlamentar afirma que, desde a mudança na direção estadual do PSB, foi gradativamente excluído das instâncias decisórias e perdeu espaços estratégicos dentro da legenda.
O pedido foi protocolado no último dia 26 de janeiro e destaca que Carlos Lula foi afastado das reuniões e perdeu cargos internos, incluindo a função de secretário-geral, para a qual havia sido indicado em 2021. Segundo ele, a situação se agravou com a posse do governador Carlos Brandão na presidência do PSB estadual, o que resultou em sua substituição por um grupo alinhado ao chefe do Executivo maranhense.
“Desde então, o deputado Carlos Lula deixou de ser convidado para reuniões e não recebeu nenhuma convocação, seja formalmente ou até mesmo por aplicativos de mensagens instantâneas”, diz trecho da ação apresentada à Justiça Eleitoral. O parlamentar também cita que, na eleição da nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa para o biênio 2025/2027, não foi sequer cogitado para ocupar uma das cadeiras destinadas ao PSB, apesar de sua trajetória e atuação política.
A movimentação de Carlos Lula segue uma tendência semelhante à da deputada estadual Ana do Gás, que também busca se desfiliar do PCdoB. A parlamentar alega que seu partido tomou um rumo político diferente do que ela defendia, ao se posicionar contra o governo Carlos Brandão e se aliar ao bloco de oposição na Assembleia Legislativa.
Nos bastidores, comenta-se que Carlos Lula e Ana do Gás chegaram a brincar sobre a possibilidade de uma troca de legendas: ele indo para o PCdoB e ela para o PSB. No entanto, ambos seguem caminhos independentes e podem enfrentar uma longa batalha judicial para garantir a desfiliação sem a perda do mandato.
Apesar das alegações do deputado, juristas especializados em direito eleitoral avaliam que seus argumentos podem não ser suficientes para justificar a saída do partido sem sanções. Segundo um dirigente partidário que pediu anonimato, a justificativa de Carlos Lula se baseia mais em um afastamento político pessoal do que em uma real discriminação dentro da legenda.
“Ele não é o único deputado estadual do PSB. O partido tem nove parlamentares eleitos, e a distribuição de espaços segue critérios internos. Além disso, as convocações para reuniões são publicadas amplamente. Ele se afastou do partido quando passou a fazer oposição ao governo, por conveniência própria”, afirmou o especialista ouvido pelo Blog do Domingos Costa.
Caso a Justiça Eleitoral não reconheça a justa causa, Carlos Lula poderá ser enquadrado na infidelidade partidária, o que abriria espaço para a perda do mandato. O processo pode se arrastar até as eleições de 2026, impactando diretamente os planos do deputado para o futuro político.
Enquanto aguarda a decisão judicial, Carlos Lula mantém sua atuação na Assembleia Legislativa, mas já articula possíveis novos rumos partidários. Nos bastidores, há especulações de que ele pode se aproximar de legendas que não integram diretamente a base do governo Brandão, ampliando sua margem de manobra para as eleições futuras.
A expectativa agora é pela manifestação do TRE-MA sobre o caso, o que poderá definir o futuro político do parlamentar maranhense.
Clique e veja o pedido de Carlos Lula :
Em tempos: Já passou da hora de sair! Se for por solidariedade, não é novidade. Agora, o governador poderia exonerar de uma vez os mais de 30 cargos indicados por Carlos Lula no Aquiles Lisboa e na EMSERH. Ele continua usando esses cargos para interesses pessoais, mesmo diante de diversas denúncias de irregularidades!