O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) se tornou centro de uma nova controvérsia após apresentar uma manifestação no Supremo Tribunal Federal (STF) em relação à eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Maranhão. O documento, que foi uma tentativa de “corrigir” uma ação inicial do partido Solidariedade, desencadeou duras críticas e acusações de retrocesso político.
A polêmica ganhou força devido à linguagem utilizada pelo PCdoB, que foi amplamente interpretada como ofensiva aos direitos das mulheres e contrária às pautas progressistas que o partido historicamente defende. Em um dos pontos mais controversos, o partido sugeriu que a desigualdade de gênero na política seria, em parte, responsabilidade das próprias mulheres. A declaração foi recebida com indignação por movimentos feministas, que consideraram a posição uma negação da luta histórica pela igualdade.
Outro elemento problemático do texto foi a crítica ao critério de “mais idade” para determinar posições políticas, com o partido argumentando que mulheres tendem a ingressar na política mais jovens que os homens. A declaração foi amplamente criticada como machista e etarista, por implicar que apenas mulheres jovens conseguem se destacar no cenário político.
A repercussão negativa foi intensificada pela omissão de um detalhe crucial: a presidência da Mesa Diretora do Maranhão, ocupada até recentemente por Rodrigo Lago, do próprio PCdoB. A renúncia de Lago, alegadamente por motivos pessoais, foi deixada de lado no debate apresentado pelo partido, levantando questionamentos sobre a coerência da argumentação.
Movimentos sociais e setores da sociedade civil reagiram duramente à manifestação, acusando o PCdoB de contradizer seus princípios e retroceder nas pautas de igualdade de gênero e combate ao preconceito. O caso também evidenciou a dificuldade do partido em manter o apoio de grupos aliados, especialmente em um momento de maior escrutínio social e político.
O episódio coloca o PCdoB em uma posição delicada, exigindo explicações não apenas ao STF, mas também a sua base de apoio. Em tempos de cobrança por coerência e compromisso com as pautas progressistas, o caso serve como um lembrete da importância de alinhar discurso e prática na arena política.