Dados recentes do DATASUS revelam uma tendência alarmante: o número de brasileiros afetados pelo retorno do herpes zoster aumentou significativamente nos últimos anos. Em 2023, 127 mil pessoas foram diagnosticadas com a doença, marcando um aumento de 568% em relação aos 19 mil casos registrados em 2022. Nos primeiros dois meses deste ano, o vírus já afetou 27 mil pessoas, triplicando os 9 mil casos reportados no mesmo período do ano anterior.
Apesar desses números preocupantes, nenhuma das vacinas contra o herpes zoster está disponível no Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Sistema Único de Saúde (SUS). Isso significa que a imunização completa só é acessível através do mercado privado, com um custo que pode chegar a R$ 1,7 mil, tornando-a inacessível para grande parte da população.
O herpes zoster, causado pelo mesmo vírus da catapora, é caracterizado pelo surgimento de bolhas dolorosas na pele, conhecidas como “cobreiro”. Essas bolhas geralmente aparecem no tronco, braços, pernas ou, em casos mais raros, nos ouvidos. Além do desconforto físico, o herpes zoster pode deixar sequelas neurológicas e afetar a qualidade de vida dos pacientes.
A falta de disponibilidade da vacina pelo SUS levanta preocupações sobre a proteção da população contra o herpes zoster, especialmente considerando o aumento expressivo de casos nos últimos anos. Medidas urgentes são necessárias para garantir o acesso equitativo à imunização e prevenir a disseminação da doença.