O projeto de urbanismo e arquitetura popular Casa Encantada, um sistema de reaproveitamento de resíduos sólidos da construção civil, voltado para a reforma de moradias inadequadas e precárias em zonas periféricas de São Luís, foi o tema abordado, na manhã desta segunda-feira (31), no programa ‘Sustentabilidade na Prática’, da Rádio Assembleia.
Durante o programa, apresentado pelas radialistas Maria Regina Telles e Marina Souza, a coordenadora e idealizadora do Casa Encantada, arquiteta Carla Veras, fez uma explanação sobre o projeto, iniciado em parceria com outras organizações no bairro Coroadinho, considerado uma das maiores favelas da Grande São Luís.
Carla Veras explicou que o projeto fornece assistência técnica gratuita, prestada por profissionais habilitados, para elaborar e executar obras necessárias para edificação, reforma, ampliação ou regularização fundiária de suas moradias.
“O Casa Encantada é um projeto em que a gente junta pessoas que trabalham com assistência técnica e faz parcerias com as instituições nas comunidades para que exista um escritório de arquitetura dentro de cada comunidade”, explicou a responsável pelo projeto, Carla Veras.
Parcerias
Ela informou que, desde o início deste ano, foram realizados intensos contatos e vários encontros para apresentar o projeto. Destes encontros participam arquitetos, parceiros, representantes de órgãos do Governo do Estado e da Prefeitura de São Luís e representantes de empresas que se sensibilizam e se interessam por este trabalho.
“Apresentamos tudo o que a gente está fazendo e bolando para que a arquitetura chegue nas comunidades. Nestas reuniões fazemos amigos e parceiros como os técnicos da Sedes, o arquiteto Paulo Casé, os conselheiros do ConCidades e servidores da Secid e o deputado e ex-secretário da Saúde Carlos Lula (PSB)”, afirmou Carla Veras, assinalando que este projeto é fruto de seu doutorado, realizado na Universidade de Lisboa.
Carla Veras informou também que o projeto piloto foi iniciado a partir de um escritório de arquitetura instalado no bairro Coroadinho e que se expandiu para prestar assistência em outras localidades periféricas de Paço do Lumiar, Raposa, São José de Ribamar e comunidades do interior do estado.
“Somos profissionais que têm o propósito de usar nosso conhecimento para mudar a realidade de pessoas em situação de risco. Profissionais de diversas áreas podem ajudar nessa luta: principalmente arquitetos, pedreiros, e quem mais quiser colocar a mão na massa”, salientou Carla Veras.
Ação
A arquiteta relatou que, no dia 13 de maio de 2023, o projeto foi contactado para um trabalho a ser feito com urgência: um mutirão para arrumar o quarto de um menino chamado Tiago. Ele mora na cidade de Raposa, é assistido pela Apae e tem uma insuficiência respiratória e precisava de home care com bala de oxigênio constante.
O menino conseguiu o apoio do SUS, mas os médicos pediram que ele ficasse em local perto do ideal para ter um tratamento adequado. “Na casa do Tiago não tinha esse quarto ideal para ele. Foi um dia de grande trabalho e muita gente ajudou. Ele estava ansioso para ver, mas só depois de pronto. O que fizemos na casa desta criança foi um sucesso”, comemorou Carla Veras.
Ela falou, também, sobre treinamento de voluntários, explicando que quando há a necessidade de montar um grupo de pessoas para participar de um mutirão muita coisa precisa ser explicada e combinada com antecedência: dividir grupos, criar metas, combinar formas de realizar as reformas e buscar finalizar os ambientes em tempo hábil.
Carla Veras informou ainda que no próximo sábado (dia 5 de agosto) será realizado um show beneficente no Tebas Bar e Café, para arrecadar fundos para o projeto.
Fonte: Agência Assembleia