A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) cresceu 0,8% em março, em comparação com a registrada em fevereiro, e chegou a 96,7 pontos – o maior patamar desde março de 2020. O anúncio foi feito nesta 3ª feira (21.mar) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
De acordo com a entidade, apesar da manutenção da tendência de alta na ICF, o crescimento desta vez foi o menos expressivo em um ano, e desde 2015 a intenção de consumo está abaixo dos 100 pontos.
A pesquisa nacional de ICF é feita mensalmente pela CNC. “Os resultados medem o grau de satisfação e insatisfação dos consumidores, em que o índice abaixo de 100 pontos indica percepção de insatisfação, enquanto acima de 100 (com limite de 200 pontos) indica satisfação”, complementa a entidade. São aplicados 18 mil questionários. Os dados de consumidores são coletados em todas as unidades federativas (UFs) e compilados em sete indicadores, sendo três sobre as condições atuais (emprego, renda e nível de consumo), dois sobre expectativas para três meses à frente (perspectiva de consumo e perspectiva profissional) e a avaliação do acesso ao crédito e momento atual para aquisição de bens duráveis.
Em março, a perspectiva de consumo atingiu 103,6 pontos, o que representa alta de 3,2% ante o resultado de fevereiro. “Desde outubro do ano passado, o indicador tem avançado mais que o nível de consumo atual, o que revela que as famílias anseiam por condições de consumo melhores no futuro. A proporção de consumidores com avaliação positiva da renda atual ficou estável (34,9%)”, diz o comunicado da CNC.
Ainda de acordo com a confederação, 37% das famílias consideram que o acesso ao crédito está mais difícil, “com o índice que mede a facilidade das compras a prazo caindo 0,8% e se mantendo no quadrante negativo (90,5 pontos)”.
Na visão de três em cada quatro consumidores, o momento não é favorável para a compra de bens duráveis. Segundo Izis Ferreira, economista da CNC responsável pela pesquisa de ICF, “o crédito está mais caro e seleto, principalmente para os consumidores de menor renda, e tem levado cada vez mais famílias a repensar compras de longo prazo”.
Renda
A intenção de consumo aumentou mais entre os mais ricos em março do que entre os consumidores de rendas média e baixa. A alta foi de 2,2%. “Já em relação à satisfação com o emprego atual, o índice avançou mais entre consumidores de rendas média e baixa no primeiro trimestre, enquanto acumulou queda no mesmo período entre os de renda elevada. Ou seja, cresce mais entre os consumidores com maior renda a frustração em relação ao emprego”, acrescenta a CNC.
Gênero
Entre as mulheres, a intenção de consumir aumentou 1,5% em março. Entre os homens, a alta foi de 0,6%. Entretanto, a delas é de 95,2 pontos, e a deles, de 97,9.
Fonte: SBT News