Os preços dos medicamentos devem subir 10,89% ainda nesta semana, de acordo com cálculos feitos pelo Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos) com base nos critérios da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).
O reajuste ainda deve ser autorizado e publicado no Diário Oficial pelo governo federal, segundo o sindicato, até a próxima quinta-feira (31). Após a publicação, a recomposição dos preços poderá ser adotada pelas farmácias.
Conforme a lei, a recomposição anual de preços definida pelo governo poderá ser aplicada neste ano a partir do dia 31 de março “em cerca de 13 mil apresentações de medicamentos disponíveis no mercado varejista brasileiro”, de acordo com o Sindusfarma.
A entidade destaca, no entanto, que o reajuste não é automático e nem imediato, uma vez que a concorrência entre as empresas do setor regula os preços: medicamentos com o mesmo princípio ativo e para a mesma doença são oferecidos no país por vários fabricantes e em milhares de pontos de venda.
“É importante o consumidor pesquisar nas farmácias e drogarias as melhores ofertas dos medicamentos prescritos pelos profissionais de saúde”, recomenda o presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini.
“Dependendo da reposição de estoques e das estratégias comerciais dos estabelecimentos, aumentos de preço podem demorar meses ou nem acontecer”, completa.
Os remédios têm preço controlado e congelado por 12 meses, e nenhuma empresa pode aumentar o preço máximo ao consumidor (PMC) de seus produtos sem autorização do governo.
Por isso, uma única vez a cada ano, os aumentos de custo de produção acumulados nos 12 meses anteriores podem ser incorporados ao preço dos medicamentos, a critério das empresas fabricantes, com base na fórmula de cálculo criada pelo governo.
O Sindusfarma aponta ainda que, apesar da alta, os medicamentos subiram menos que a inflação e as altas ficaram bem abaixo de setores como alimentos e transportes.
De acordo com os dados, no acumulado dos anos pandêmicos de 2021 e 2020, os medicamentos subiram em média 3,75%, enquanto a inflação geral no Brasil saltou para 15,03%, gerando uma diferença para menos de 11 pontos percentuais.
No mesmo biênio, os alimentos subiram 23,15% e os transportes 22,28%, de acordo com o IBGE, quase 6 vezes mais do que os medicamentos.
“Nem a enorme pressão de custos das matérias-primas, do câmbio e da logística global do período, entre outros insumos, gerou instabilidades nos preços desse bem essencial para o enfrentamento do SARS-CoV-2 e para a população brasileira”, diz o sindicato em nota.
Fonte: CNN