Ao menos 54 cidades do estado de São Paulo decidiram cancelar o carnaval em 2022 por conta da pandemia do novo coronavírus. Mesmo com o avanço da vacinação e com a maior taxa de imunizados do país, alguns gestores municipais acreditam que o momento é de cautela, pois a liberação da folia de momo pode gerar uma nova onda de contaminação, e voltar a elevar o número de casos e óbitos, assim como tem acontecido na Europa que tem vivido uma 4ª onda e a geração de novas variantes ainda mais violentas do vírus.
A média móvel diária de mortes é de 72 nesta terça-feira (23) no estado de São Paulo. O valor é 15% maior do que o registrado há 14 dias, o que para especialistas indica tendência de estabilidade. Já a média diária de casos é de 1.400, valor 33% maior do que o de 14 dias, o que aponta tendência de alta.
Outra justificativa citada é a situação econômica de alguns municípios, que alegam não ter verba para a festa.
Em Sorocaba, por exemplo, a prefeitura comunicou às escolas de samba que não vai disponibilizar recursos públicos para o evento, mas escolas estão se organizando para fazer um carnaval paralelo — permitido pela gestão municipal. Taubaté também cancelou o evento oficial, mas permitiu que cada escola organize sua própria festa dentro de suas respectivas sedes. Já em Jundiaí foi proibido qualquer tipo de festa.
A decisão de não acontecer o carnaval pelo menos em 2022 também no Maranhão seria a melhor escolha dos prefeitos do nosso estado. Apesar de em São Paulo, o governador João Doria – PSDB, ter conseguido imunizar mais de 73,48% da população com ciclo vacinal completo, no Maranhão, Flávio Dino – PSB conseguiu imunizar somente 45,12% com a segunda dose, e pelo ritmo, não parece que esse número vai aumentar de forma satisfatória até as festas carnavalescas no início do ano que vem.
É importante lembrar que o carnaval maranhense é um dos mais tradicionais do país, e que tem um grande deslocamento de moradores da capital para o interior do estado para curtir a singularidade festiva que cada cidade tem.
Agora imagine as pessoas que moram em São Luís, mesmo com 90% da população imunizada, indo para Pinheiro através de Ferry Boats, que tem recordes históricos de receber centenas de pessoas no período de carnaval, ou para Itapecuru, ou Pedreiras, ou Presidente Dutra, ou Timon. Mesmo imunizados, não significa que não possam ser infectados novamente e fiquem assintomáticas, transmitindo para pessoas de regiões menos imunizadas do nosso estado, o qual é maior do que muitos países europeus.