País entra em lockdown a partir deste sábado (13), e medida será seguida durante três semanas para conter o avanço da Covid-19
A Holanda entrou em lockdown neste sábado (13) para conter a Covid-19, e o g1 conversou com um casal de brasileiros que vive no país. De acordo com os dois, as medidas restritivas, que durarão três semanas, já causam um pouco de medo sobre como será o futuro com relação à “liberdade” que os moradores do país já haviam conquistado, quando houve a queda nos casos da doença.
O publicitário Rick Garcia, que morava em Bertioga, no litoral de São Paulo, e a companheira e também publicitária Julia Alves de Lima relatam que, antes mesmo de o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, anunciar que o país entraria em lockdown, eles já temiam por isso.
O medo já existia, de acordo com o casal, porque o aumento dos casos de Covid-19 já tinha acarretado na volta de algumas medidas que antes haviam sido flexibilizadas, como o uso de máscara em locais fechados, distanciamento social e a necessidade de apresentar o ‘CoronaCheck’ para entrar em restaurantes e bares.
O CoronaCheck é um aplicativo em que o morador consegue ter acesso a um QR Code, que pode ser obtido de três formas: com um resultado de teste negativo há menos de 72 horas, certificado de vacinação ou certificado de recuperação da Covid-19 há menos de seis meses.
“No geral, ninguém está muito feliz [com o lockdown], porque a vida já estava mais aberta. A Holanda estava com vida normal, basicamente. No verão, aqui, você via muitas festas, tinha apenas a restrição de horário nas baladas. Agora, meu trabalho já enviou um aviso retirando a obrigatoriedade de ir para o escritório, apesar de seguir aberto. Antes, tínhamos que ir três dias na semana. Os planos de academia também já estão mandando as regras que devemos seguir “, relata.
Segundo o publicitário, ainda há, também, o medo de que as medidas se tornem ainda mais restritivas novamente, ou que se estenda o lockdown. “Quando o Rutte deu a declaração, eles falaram que iria ser uma medida dura, rápida e pontual, para abaixar os casos. Mas dá um medo, porque, no começo da pandemia, também eram só 15 dias”, destacou.
Lockdown na Holanda
O país europeu se tornou o primeiro do continente a voltar à quarentena após o aumento de casos de Covid-19. Entre as medidas anunciadas pelo governo, estão:
- Cancelamento de eventos
- Redução nos horários de cafés e restaurantes
- Redução nos horários do comércio e mercado
- Eventos privados limitados a 4 pessoas
Escolas, teatros e cinemas permanecerão abertos.
A Holanda vem registrando, diariamente, uma média de 10 mil novos casos de Covid-19, mas a média de mortes se mantém baixa – por volta de 25 a cada dia –, reflexo da alta adesão à vacina. O país já vacinou cerca de 72,1% de sua população com as duas doses, segundo levantamento da plataforma Our World In Data.
Pandemia em outros países da Europa
Outros três brasileiros naturais da Baixada Santista ouvidos pelo g1 relataram a situação em diferentes países da Europa.
O operador de armazém Henrique Leonardi, de 39 anos, mora em Bicester, uma cidade da Inglaterra, e conta que, apesar de o uso de máscaras não ser mais obrigatório, algumas pessoas ainda usam o equipamento facial em locais onde há muita aglomeração, como trens e estádios de futebol. Para ele, a situação da Covid-19 parece controlada no país. “As restrições mais severas não existem mais”, destaca.
A professora particular de inglês Gabriela Largacha, que mora em Barcelona, na Espanha, relata que, atualmente, a única medida restritiva que prevalece na cidade é a obrigatoriedade da máscara em alguns locais, como lugares fechados e transporte público. “E as pessoas respeitam muito isso, jovens, idosos, todos”, afirma.
A brasileira Débora Guazzelli, que vive na Itália, afirma que, apesar de o país já ter imunizado mais de 80% da população, ainda há pessoas muito resistentes à vacina. “Tem muita gente que não quer se vacinar, porque diz que é uma coisa do governo para implantar microchip para controlar as pessoas. Esse pessoal precisa ter o Green Pass para ir trabalhar, e para não se vacinar, gasta a cada dois dias 15 euros, para fazer o teste e ter o resultado negativo para trabalhar. É cara essa ignorância deles”, conclui.
Fonte: G1