O governador comunista/socialista Flávio Dino – PSB anunciou na quarta-feira (10) que não será mais obrigatório o uso de máscaras em locais abertos. As regras sobre o uso em ambientes fechados foram divulgadas na quinta-feira (11), por meio de decreto.
Porém a decisão levantou uma calorosa discursão a respeito dessa medida, haja vista que, no estado de São Paulo, por exemplo, governado por João Doria – PSDB, tem 70,9% da população com ciclo vacinal completo, já no Maranhão somente 42,9% está completamente imunizada, o que segundo especialistas, por enquanto, não há critérios claros sobre quais indicadores poderiam atestar a segurança da retirada de sua obrigatoriedade e defendem que a medida só deveria ser considerada quando 80% da população estiver vacinada.
O decreto de Dino que flexibiliza o uso de máscaras, veio no mesmo dia em que a Alemanha registrou recorde de casos de infecção e mortes por Covid-19, outros países da Europa enfrentam uma 4ª onda de Coronavírus.
Há registros de novas variantes, inclusive uma derivada da Delta, até aqui uma das mais agressivas já registradas. E as autoridades já voltaram a se preocupar com a alta na procura por hospitais.
O médico sanitarista Cláudio Maierovitch, ex-diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), acredita que o relaxamento das medidas de prevenção também contribuiu para o aumento da circulação do coronavírus no continente. “Uma vez que a prevenção contra a Covid-19 depende de uma série de ações conjuntas, como o uso de máscaras, impedimento de aglomerações em lugares fechados e distanciamento social, é possível que as retomadas tenham ultrapassado o patamar de segurança”, afirma.
Para Maierovitch, no caso de as medidas de proteção serem retiradas, a vacinação, sozinha, não será suficiente para manter a quantidade de ocorrências em queda.
Apelo para medidas combinadas
Na última quinta-feira (4/11), o diretor regional da OMS na Europa, Hans Henri Kluge, fez justamente um apelo para que os mandatários voltem a exigir o cumprimento de ações preventivas, como o uso de máscaras. De acordo com ele, as projeções mostram que se a adesão ao equipamento atingir 95%, será possível salvar até 188 mil vidas entre as 500 mil que podem ser perdidas até fevereiro de 2022, caso o crescimento seja mantido.
Kluge lembrou ainda que testagens, rastreamento de casos e distanciamento físico precisam ser seguidos até que o vírus seja controlado. “Devemos mudar nossas táticas de reagir a surtos de Covid-19 para evitar que eles aconteçam”, reforça.
É preciso entender que o Maranhão diferente de países desenvolvidos do continente europeu, tem vivido uma crise econômica na gestão de Flávio Dino, falta de desemprego e vulnerabilidade alimentar, com mais de 60% dos habitantes chegando a passar fome. Em um estado pobre com os piores IDH’s do país, é muito delicado flexibilizar medidas sanitárias.
“É uma medida ainda de risco. Os gestores estão com pressa em retornar à normalidade e acabar com todas as medidas, e parece que a máscara é a última barreira para este momento em que tudo está liberado de novo”, analisa a divulgadora científica e mestre em Saúde Coletiva, Beatriz Klimeck. Para ela, não há motivos sólidos para essa iniciativa agora. “O uso de máscara não tem nenhuma restrição para a atividade econômica, então é uma ação precoce. E é uma medida difícil de retomar num eventual aumento de casos”, justifica.
A gente está vendo uma desaceleração da queda de infecções, mas surge um questionamento: se em algum momento precisarmos retomar com o uso de máscaras em todos os ambientes, caso comecem a crescer os casos entre os não vacinados, haverá adesão da população?
Uma coisa é fato, as máscaras independente do contexto, deveriam ser a última medida a ser flexibilizada.