Eita que o desespero apertou! Após três pesquisas que revelam a ex-governadora e ex-senadora Roseana Sarney em disparada no primeiro lugar nas intenções de votos para o comando do Palácio dos Leões, Flávio Dino mostrou na segunda-feira (5), em reunião, o que aprendeu durante seu tempo de comunista, convocando os líderes partidários, secretários de Estado, senadores e outras autoridades.
A reunião aconteceu dois dias após uma reunião reservada com o senador Weverton Rocha e o vice-governador Carlos Brandão para tentar desentalar da garganta os resultados positivos de Roseana, divulgados pela pesquisa do Instituto Escutec.
Essa sucessão de encontros, diferente da unidade que é pregada, tem o intuito de colocar a mão de ferro do governador, e tentar mitigar os ânimos dos pré-candidatos que esperam um posicionamento de Dino.
Flávio Dino tenta defender o diálogo entre os partidos da base, e deixou claro que a sua escolha sobre o seu sucessor é a que vai prevalecer, salientando seu autoritarismo político.
Nenhum presidente de partido ou autoridade que participou da reunião se opôs a decisão do governador.
Apesar da maioria dos presidentes de partidos e autoridades que participaram da reunião, não terem demonstrado algum tipo de objeção assinando uma espécie de carta pública de comprometimento de união do grupo, o deputado federal Josimar Maranhãozinho saiu antes do fim da reunião e não assinou o documento. Essa atitude é outro alarme apitando na cabeça de Flávio Dino, já que Josimar é a maior força política fora do governo, pois ele lidera um grupo de 52 prefeitos, praticamente um quarto das cidades do estado.
Uma nova reunião foi marcada para novembro, onde será revelada a escolha do candidato do palácio, porém vale lembrar que Flávio tem um compromisso moral em suceder o posto a Brandão, e se de fato cumprir essa promessa, ele tem dois problemas: o primeiro é entregar a possiblidade do estado ser comandado por um tucano de direita, totalmente oposto a filosofia comunista/socialista que diz viver; e o segundo é, que mesmo com os presidentes dos partidos tendo assinado a “carta de união”, Josimar Maranhãozinho que não assinou, não tem planos de declinar para concorrer ao governo, além de ter cacife político, tem condições de captar bastante apoio para financiar uma campanha eleitoral desse porte, muito menos Weverton Rocha, que é umas das principais cartadas do PDT nacionalmente, pois irá encabeçar a campanha de Ciro Gomes no Maranhão e nada tem a perder, afinal possui mais 4 anos em mandato de senador a cumprir, caso não vença a disputa.
Mesmo após mais de 7 anos no poder, o medo que Dino tem do grupo Sarney o aterroriza, o efeito Roseana no xadrez político fez com que ele buscasse amarrar seus aliados 1 ano antes das eleições em torno de seu projeto à câmara senatorial, pois já sabe que não tem chance no cenário nacional.
Uma outra via para tentar se salvar politicamente, pois mesmo sendo governador, sua arrogância fez com que se isolasse em uma torre de marfim, seria apoiar Lula para presidência e esperar ser chamada como ministro.
O que tá parecendo é que Flávio Dino não quer o mesmo que a maioria dos aliados estão querendo. Ele vai esperar o cenário político nacional se desenrolar para levantar a mão do seu (ou da maioria) candidato ao governo. Essa decisão vai ser literalmente “empurrada com a barriga” até ano que vem…