Gaza e cidades israelenses populosas se tornaram alvos da escalada de violência na região; dezenas de pessoas morreram no conflito mais intenso desde 2014
Isso aconteceu depois que militantes do Hamas em Gaza dispararam mais foguetes contra Israel, o que por sua vez intensificou os ataques aéreos à medida que a agitação no país se espalhava por cidades e vilas para além de Jerusalém.
O Ministério da Saúde palestino afirmou que as mortes são contabilizadas por dezenas, incluindo crianças. Em Israel, há pelo menos cinco mortos no lançamento de foguetes efetuado pelo Hamas em Gaza.
O coordenador especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Processo de Paz no Oriente Médio, Tor Wennesland, alertou na terça-feira à noite que as tensões entre Israel e Gaza estão “escalando para uma guerra em grande escala” enquanto a comunidade internacional clama pela redução da violência.
Por outro lado, uma das principais causas das tensões que aumentaram nos últimos dias é a possível expulsão de várias famílias palestinas de suas casas no bairro Sheikh Jarrah, em Jerusalém.
Confira o passo a passo dos conflitos:
Quinta-feira, 6 de maio
As tensões aumentam em Sheikh Jarrah, um bairro de Jerusalém Oriental, devido ao possível despejo de famílias palestinas.
As mortes de adolescentes israelenses e palestinos em incidentes separados aumentam a tensão na Cisjordânia.
Sexta-feira, 7 de maio
Mais de 200 pessoas ficam feridas em confrontos entre a polícia israelense e os fiéis palestinos na mesquita de Al Aqsa, de acordo com a organização do Crescente Vermelho Palestino.
Sábado, 8 de maio
Pelo menos 100 feridos em confrontos entre palestinos e a polícia israelense em Jerusalém, conforme informou o Crescente Vermelho Palestino.
Domingo, 9 de maio
A Suprema Corte israelense atrasa a audiência sobre os despejos em Sheikh Jarrah.
Dois foguetes disparados em Gaza em direção à Israel aumentam a tensão em Jerusalém.
Os confrontos em Jerusalém deixaram 19 palestinos feridos, de acordo com o Crescente Vermelho Palestino.
Segunda-feira, 10 de maio
Conflitos violentos com a polícia israelense no complexo da mesquita de Al Aqsa deixam centenas de feridos. Israel interrompe temporariamente as visitas judaicas ao Monte do Templo/ Santuário Nobre em um momento em que a tensão aumenta vertiginosamente em Jerusalém.
Um carro apedrejado atropela pedestres. Sirenes de foguetes soam em Jerusalém e em outros lugares; O Hamas assume a responsabilidade pelos lançamentos de foguetes em direção à cidade.
Os ataques de foguetes de segunda-feira em Jerusalém “ultrapassaram os limites”, disse o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, prometendo responder com “grande força”. Netanyahu: “Agora uma luta está sendo travada pelo coração de Jerusalém.”
As Forças de Defesa de Israel (IDF) dizem que grupos militantes da Faixa de Gaza dispararam seis foguetes contra Jerusalém pouco depois das 18h00, horário local (11h00 ET). Um dos foguetes danificou uma casa na periferia oeste de Jerusalém, um segundo foi interceptado pelo sistema de defesa aérea Iron Dome e quatro atingiram terreno aberto, disse o porta-voz do IDF Jonathan Conricus.
A partir das 23:00 hora local (16:00 ET), as IDFs relataram que cerca de 150 foguetes foram disparados de Gaza para o território israelense, dezenas dos quais foram interceptados pelo Iron Dome. Ao cair da noite, o IDF responde com uma série de ataques aéreos em Gaza.
Terça-feira, 11 de maio
Uma torre de 13 andares desaba em Gaza após um ataque aéreo israelense. A torre de 13 andares que foi atingida por um ataque aéreo em Gaza era um centro de inteligência militar do Hamas, afirma o IDF.
Netanyahu declara que o país “está no meio de uma grande operação” enquanto falava em Tel Aviv na terça-feira. A ala militar do Hamas ataca Tel Aviv com 130 foguetes na terça-feira à noite em resposta à destruição da torre de 13 andares em Gaza. Uma mulher é morta em Rishon Lezion, Israel, após o lançamento de um foguete.
Sirenes de alerta são ouvidos alertando sobre um possível ataque de foguete em Tel Aviv, Israel. O principal aeroporto internacional de Israel, Ben Gurion, a cerca de 15 quilômetros a leste de Tel Aviv, foi fechado devido à ameaça de foguetes.
O exército israelense diz que cerca de 80 aviões foram posicionados para atacar 150 pontos de lançamento de foguetes do Hamas e da Jihad Islâmica; a maioria está na parte norte da Faixa de Gaza.
O exército israelense diz que frustrou um ataque surpresa de combatentes do Hamas que usavam um túnel para se infiltrar em Israel a partir de Gaza. O Hamas promete “responder à ofensiva israelense se ela continuar”, de acordo com um oficial da organização.
Duas pessoas foram presas após o assassinato de um árabe-israelense em Lod, quando os distúrbios se espalharam por cidades israelenses com população predominantemente árabe.
Dois israelenses morreram em Ashkelon, de acordo com o serviço nacional de emergência Magen David Adom (MDA). Eles são considerados os primeiros israelenses a serem mortos pelo fogo de militantes palestinos em meio aos dias atuais de violência.
Israel chama 5 mil soldados da reserva em meio à escalada da violência. O país realizou mais de 150 ataques contra alvos de Gaza, observa o IDF. A marcha do Dia de Jerusalém é interrompida depois que foguetes são disparados contra Gaza, de acordo com a polícia. Três militantes da Jihad Islâmica morrem em um ataque israelense a Gaza.
Quarta-feira, 12 de maio
O número de palestinos mortos nos ataques em Gaza é de 43, já Israel contabiliza 5 mortes.
Três israelenses são feridos após o impacto de um míssil antitanque disparado de Gaza.
Wennesland adverte que as tensões entre Israel e Gaza estão “se transformando em uma guerra em grande escala”.
Israel declara estado de emergência em Lod após agitação; dois cidadãos árabes-israelenses são mortos por foguetes nas proximidades da cidade na noite de terça-feira.
O IDF diz que figuras-chave da inteligência do Hamas foram mortas no “maior ataque desde 2014”.
Os residentes de Gaza estão em “estado de pânico”, de acordo com um porta-voz do Ministério da Saúde Palestino.
O promotor do Tribunal Criminal Internacional (TPI) alerta para possíveis “crimes” nos confrontos entre Israel e palestinos.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, conclama “Israel e os palestinos a recuarem”.
A polícia alemã investiga o incêndio de uma bandeira israelense em frente a uma sinagoga.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel encurta sua visita à Coreia do Sul.
Fonte: CNN