Em busca da ampliação das doses de vacinas contra a Covid-19 e de distribuição equânime para todos os municípios, o presidente da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão, prefeito de Igarapé Grande, Erlanio Xavier, participou nesta quarta-feira, 3, de uma reunião virtual com o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Glademir Aroldi, as entidades estaduais municipalistas, e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
O presidente da entidade maranhense ressaltou a necessidade dos municípios maranhenses receberem mais doses das vacinas contra o novo coronavírus. Erlanio destacou que o Maranhão já ultrapassou as 5 mil mortes e os 220 mil casos. “Estamos enfrentando um aumento preocupante do número de casos da Covid-19, e ações em conjunto são urgentes para salvar vidas. Vamos seguir trabalhando para conter o avanço da doença”, disse.
A responsabilidade da União de comprar e distribuir as vacinas por meio do Programa Nacional de Imunização (PNI) foi destacada. O movimento municipalista cobrou posicionamento da pasta federal neste sentido a fim de evitar acirramentos do pacto federativo e, principalmente, de garantir a vacinação para o enfrentamento da pandemia de Covid-19 no país.
Segundo o ministro da Saúde, há negociações em andamento com a Pfizer para a aquisição de doses e a intenção de fechar contrato ainda nesta quarta. “A boa notícia é que teremos mais uma vacina com essa contratação, com as cláusulas não tínhamos como assumir. Mas nós conseguimos essa autorização [do Congresso] que vai nos dar essa possibilidade”, afirmou Pazuello. Com a medida, o ministro também citou ser possível negociar com a Janssen. Hoje, o Brasil tem vacinas da Coronavac e da Astrazeneca.
O presidente da CNM, Glademir Aroldi, destacou que o temor dos prefeitos é que o governo federal não cumpra o calendário de imunização. Por isso, reforçou que é fundamental um posicionamento claro sobre as aquisições de vacinas. “Todas as vacinas devem ser disponibilizadas pelo PNI, para que as regiões mais necessitadas não sejam mais uma vez prejudicadas”, opinou. Para evitar o conflito federativo, os representantes municipais disseram, na reunião, que é preciso diálogo e unir esforços em todas as esferas de governo. A vacinação é apontada pelo movimento municipalista como o caminho para preservar a saúde dos brasileiros e para a retomada econômica do país.
Questionado, o ministro da Saúde assumiu compromisso com o PNI e a necessidade de fortalecê-lo, reconhecendo o papel da União em centralizar as compras de vacinas e distribuí-las. “Nossa posição continua sendo que nenhum brasileiro, Estado, Município é melhor do que outro. Nosso pacto federativo não pode ser quebrado”, disse.
Quanto ao número de doses, Pazuello disse que 2,5 milhões de doses foram encaminhadas aos Estados e devem chegar aos Municípios até quinta-feira, 4 de março. Com esse montante, são quase 18 milhões de doses distribuídas até agora, segundo o ministro. Entre 15 e 20 de março, a pasta aguarda produção da Fiocruz, o que resultaria em mais 4 milhões de doses. Em uma possível contratação com a Pfizer, Pazuello informou que a maior parte das doses é prevista apenas para o segundo semestre. A promessa do ministro é que até junho metade da população brasileira estará vacinada e que a outra metade será imunizada até o fim de 2021.
Além da vacinação, Pazuello apontou como fundamental para enfrentamento do coronavírus a longo prazo, o atendimento primário nas unidades básicas de saúde e a oferta de leitos. “Os Municípios são peça fundamental desse jogo, onde vivem os brasileiros, onde adoecem e podem vir a óbito. Talvez seja a função executiva mais complicada no nosso país, até mais do que a minha”, avaliou.
Após o encontro, o Conselho Político da CNM, formado por todas as entidades estaduais municipalistas, se reuniu para debater o tema. Em breve, o Conselho emitirá nota de posicionamento.
Por Blog do Pedro Jorge