Por Steffano Silva Nunes
Donald Trump resolveu questionar o processo eleitoral americano, mesmo sem ter qualquer prova que aponte uma eventual fraude. Por coincidência, a sua discordância é somente nos estados onde ele perde a eleição. O atual presidente americano já demonstrou várias vezes que pode se esperar pouca coisa dele, ou quase nada, no que diz respeito à coerência, bom senso e compromisso com a democracia.
Aqui no Brasil, assistimos a um vídeo do jornalista que, ao comentar o julgamento sobre o estupro da jovem Mariana Ferrer, avança perigosamente nos seus comentários ao fazer uma relação que, em síntese, afirma que há estupros em que a culpa é da mulher. Expõe e constrange a própria filha ao colocá-la dentro das suas comparações para dar sustentação a seus argumentos. Foi demitido de todos os locais em que trabalhava, mesmo sendo locais de reduto do pensamento conservador.
Os dois episódios mostram mais uma vez que o pensamento de extrema-direita se mantém vivo e forte em todo o planeta. A preocupação vem do fato de que tais pensamentos não são simples discordâncias resguardadas pelo direito de opinião. São ações revestidas de um perigo que busca destruir conquistas que são fruto da evolução constante da civilização e da nossa atual sociedade. Não aceitam ideias contrárias e estão dispostos a tudo para ampliar sua influência. O seu compromisso é só consigo mesmo.
Trump e Constantino abrem a porta do inferno para os mesmos demônios que já inspiraram inúmeras tragédias para a humanidade. Preferem a opção de serem idolatrados por minorias hostis em um mundo arrasado do que conviverem com o ostracismo em uma realidade democrática e humanitária. Toda a atenção deve ser dada no combate ideológico a essas posturas, antes que a porta enguice e não possa mais fechar.