O Ministério da Saúde confirmou nesta quinta-feira (16) que o Brasil atingiu 2 milhões de casos da Covid-19. Segundo a pasta, são 2.012.151 casos, um acréscimo de 45.403 nas últimas 24 horas. As mortes totalizam 76.288, com 1.322.
O segundo milhão foi registrado em uma velocidade muito mais rápida do que o primeiro, que levou quatro meses para ser alcançado. Faz menos de 30 dias desde que o país confirmou seu milhonésimo caso da doença do novo coronavírus.
Há controvérsias sobre quando foi o primeiro caso de Covid-19 no Brasil. O Ministério da Saúde segue trabalhando oficialmente com a data de 26 de fevereiro, um homem de 61 anos que teve o caso registrado em São Paulo após viagem à Itália.
Segundo dados extraídos da base do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), divulgados pela CNN nesta quarta-feira (15), a doença chegou um pouco antes. A plataforma apresenta um bebê, diagnosticado com o vírus em 20 de fevereiro, como o primeiro caso.
De acordo com a Universidade Johns Hopkins, o Brasil e os Estados Unidos são os únicos dois países a terem chegado as setes casas em diagnósticos confirmados. Os números mais recentes da universidade afirmam que os EUA possuem 3,5 milhões de casos da doença. Com 968 mil casos, a Índia é o país que mais se aproxima na dianteira.
Em suas últimas apresentações, o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Arnaldo Correia de Medeiros, vem sustentando que o Brasil se aproxima do “platô”, quando os casos e mortes param de se acelerar – e, portanto, podem começar a cair.
De acordo com os números da pasta, nas últimas duas semanas epidemiológicas o país registrou em torno de 37 mil casos e 1.030 novas mortes por dia. Apesar disso, a pasta afirma que a situação não é homogênea no Brasil, sendo que essa média resulta do saldo entre alguns estados ainda em alta e outros em baixa.
As novas mortes por Covid-19 aumentaram 36% na região Sul e 26% na região Centro Oeste, as que haviam sido menos afetadas no início da doença. Os estados que estão em viés de alta em casos e em mortes são sete: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Tocantins e Pernambuco.
Subnotificação
É preciso ponderar que os números refletem os casos confirmados, as pessoas que se submeteram a testes e receberam o resultado positivo. Há fatores que permitem a suspeita de uma elevada subnotificação.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a taxa média de infectados pela Covid-19 no mundo gira em torno de 17% das pessoas que se submeteram a testes. Portanto, a positividade no Brasil, acima de 30%, indicaria que o Brasil ainda testa pouco.
Números do Ministério da Saúde, divulgados na quarta-feira e consolidados no último dia 11, colocam a positividade brasileira em um intervalo de 28,4% (testes RT-PCR na rede privada) a 49,4% (testes Eclia, uma das modalidades de exames sorológicos).
Mortes
O boletim da quarta-feira marcou a superação da marca de 75 mil mortos pela Covid-19. A elevação das mortes também se acelerou: entre a morte número 1 (17 de março) e a 35 mil (5 de junho) foram 2 meses e meio. As 35 mil mortes seguintes levaram pouco mais de um mês (10 de julho).
O Ministério da Saúde sustenta que o Brasil, apesar de ser o segundo país onde mais pessoas morreram pela doença, ocupa uma “posição” menor quando se faz a análise de forma proporcional.
Os números divulgados pela pasta colocam o país como o 10º proporcionalmente com mais casos (9.359 a cada 1 milhão) e o 11º com mais mortes (359 a cada um milhão de habitantes). A comparação envolve países de dimensões muito diferentes.
Com 2,7 milhões de habitantes, o Catar seria o país com a maior incidência média, com 36 mil casos a cada milhão. Dois estados brasileiros têm médias maiores: Roraima (39 mil casos/milhão) e Amapá (38 mil casos/milhão).
O governo federal também enfatiza o número de recuperados. O Brasil é o país que registra o maior número de pessoas que contraíram e se curaram da Covid-19 – 1,25 milhão segundo a pasta da Saúde. Trata-se de uma estimativa, que trata de 63,8% dos infectados.
Guilherme Venaglia e André Rosa, da CNN em São Paulo