Parlamentares da chamada bancada evangélica pressionam o novo ministro da Educação, Milton Ribeiro, a promover uma limpa na pasta. Entre os alvos, há pessoas de pensamento progressista, ou seja, menos conservadoras e consideradas próximas da esquerda, ainda que sem nenhuma filiação partidária.
Há expectativa de que as mudanças sejam feitas nos próximos 30 dias. O ministro ainda não tomou posse.
Estão na mira, os nomes de três secretários da pasta. Ilona Becskeházy, que é secretaria nacional de educação básica e chegou a ser cotada para o cargo de ministra. Em 2018, ela fez parte da equipe de campanha do ex-presidenciável, Ciro Gomes – o que incomoda integrantes da ala ideológica.
Também houve pedido para tirar do cargo o secretário executivo, Antonio Vogel, que assumiu a pasta, interinamente, até a escolha do novo ministro. Ele foi da gestão de Fernando Haddad, quando o petista era prefeito de São Paulo.
Outro na mira é Wagner Vilas Boas, atual secretário nacional do ensino superior, que já esteve no segundo cargo mais importante da pasta quando o ministro era Aloizio Mercadante, também do PT. Vilas Boas foi testemunha de defesa da ex-presidente Dilma Rousseff, durante o processo de impeachment.
O novo ministro da Educação é pastor evangélico da igreja presbiteriana, assim como o ministro da Justiça, André Mendonça, que o apresentou ao presidente Jair Bolsonaro. É bem verdade que, no Congresso, a bancada evangélica tinha preferência por outros nomes, mas, para todos os efeitos, gostou da candidatura de um religioso ter vencido a disputa pela Educação. Agora, exerce um estilo de “apoio crítico”, em que não pretende minar o novo ministro de cara mas deu um prazo para que ele faça as alterações de cargo.
“Os presbiterianos são os mais progressistas entre os evangélicos. E [Ribeiro] vindo do Mackenzie fico com um ‘pé atrás’. Mas eu quero o bem do Brasil e do governo, estou na torcida para que o Ministro da Educação, Milton Ribeiro, retire a educação dos últimos lugares que a esquerda deixou”, afirma o deputado Sóstenes Cavalcante, uma das principais lideranças da bancada evangélica.
Por Basília Rodrigues, CNN