Repercutiu fortemente no fim de semana uma declaração do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), com críticas ao governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).
– Não tem que ter nada com esse cara – disse ele, numa conversa de pé de ouvido com o chefe da Casa Civi, Onyx Lorenzoni, mas que acabou vazando num microfone que já estava ligado para uma coletiva no Palácio do Planalto. Tudo foi transmitido ao vivo.
O pomo da discórdia, contudo, não foi exatamente a ordem para uma suposta retaliação ao comunista, mas o que ele disse antes disso.
O próprio presidente já declarou que fez crítica específica a Dino e ao governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB). Mas o PCdoB compartilhou um vídeo com uma legenda sugerindo que Bolsonaro chamou os nordestinos, de uma forma geral, de “paraíbas” – termo pejorativo utilizado comumente no sul e sudeste.
O que se viu a partir disso foi uma reação em cadeia dos adversários do presidente, num protesto contra o que consideraram xenofobia. Os governistas, por outro lado, garantem que tudo não passa de vitimismo barato.
O fato é que não há como ter certeza, pelo áudio vazado, do que efetivamente disse Bolsonaro.
E, de toda a repercussão de um áudio inconclusivo, afinal, o que se pode concluir com segurança é que o governador Flávio Dino finalmente conseguiu o que tenta há quase um ano: posicionar-se como principal antagonista do presidente Jair Bolsonaro.
E que a esquerda, mesmo após fragorosa derrota nas eleições de 2018, segue atuando em bloco quando o objetivo é desestabilizar o governo.
Falando nisso…
Por falar na polêmica do fim de semana, prova de que Flávio Dino foi o maior beneficiário foi dada pela deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
Em entrevista a um canal do YouTube, ela voltou a falar sobre candidatura do governador do Maranhão à Presidência da República.
– A gente tenta convencê-lo a se colocar à disposição neste processo. Ele é um nome que amplia este campo. Dino foi apoiado por 14 partidos, então ele deve ser considerado por este conjunto -, declarou.