Na última quinta-feira (15), especialistas e pesquisadores em arboviroses participaram do I Seminário Nacional de Oropouche, organizado pelo Ministério da Saúde, para abordar a crescente incidência da febre do Oropouche no Brasil. Até o momento, 7.653 casos da doença foram confirmados em território nacional, um aumento significativo em relação aos 831 casos registrados no ano passado.
Um dos fatores apontados para o crescimento no número de casos e na disseminação da doença, que antes se limitava à região Norte, é a ampliação da testagem para todo o país. Em 2023, o Ministério da Saúde identificou que muitos pacientes com sintomas semelhantes aos de dengue, Zika e chikungunya testavam negativo para essas doenças. A partir daí, os testes para Oropouche foram estendidos, revelando casos autóctones em mais de 20 estados brasileiros.
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, destacou a importância dessa ampliação na testagem. “A ampliação da testagem possibilitou um melhor panorama epidemiológico da doença no país e, assim, a elaboração e execução de ações voltadas para o enfrentamento dessa arbovirose”, afirmou.
O Ministério da Saúde monitora todas as arboviroses em tempo real por meio da Sala Nacional de Arboviroses, incluindo a febre do Oropouche. A diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis, Alda Maria, ressaltou a importância de encontros como o seminário para alinhar as estratégias de combate à doença em todo o país. “Esses encontros com as vigilâncias são importantes para que todas as ações de combate ao Oropouche estejam alinhadas para uma eficácia melhor das ações”, disse.
Em fevereiro deste ano, o ministério já havia promovido a I Oficina para Discussão das Ações de Vigilância, Assistência e Pesquisa em Oropouche, realizada em Manaus, além de publicar uma nota técnica de orientação para a vigilância da doença. Em junho, um webinário focado nos aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais sobre a febre do Oropouche foi realizado para sensibilizar os profissionais de saúde sobre o manejo clínico da doença.
Em julho, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica recomendando a intensificação da vigilância de transmissão vertical do vírus Oropouche. Mais recentemente, em agosto, uma nova nota técnica foi publicada para orientar sobre a notificação e investigação de casos suspeitos de Oropouche em gestantes, anomalias congênitas ou óbitos fetais.
Ainda neste mês, o Ministério da Saúde planeja lançar o Plano Nacional de Enfrentamento às Arboviroses, que incluirá diretrizes para o combate à dengue, Zika, chikungunya, Oropouche e outras arboviroses identificadas no país.