A cidade de Buriticupu, localizada no estado do Maranhão, enfrenta uma ameaça significativa de erosão do solo, que pode levar à destruição de seu território. Erosões severas ao redor da cidade estão alarmando os residentes e as autoridades locais. A situação se agrava durante a estação chuvosa, quando o excesso de água acelera o deslizamento de terras e a formação de voçorocas.
Buriticupu está a 395 quilômetros da capital, São Luís, e a 219 quilômetros de Imperatriz, a principal cidade da região tocantina maranhense. A cidade é margeada pela rodovia BR 222 e está situada na área de influência da Bacia Hidrográfica do Rio Pindaré.
O problema da erosão em Buriticupu é complexo e requer uma abordagem multifacetada para combatê-lo.
As voçorocas são um tipo de erosão acelerada do solo que resulta na formação de grandes buracos ou ravinas, geralmente em áreas onde a vegetação é insuficiente para proteger e manter a integridade do solo. A falta de vegetação deixa o solo vulnerável à ação das chuvas, que acabam por desencadear processos erosivos intensos.
No caso de Buriticupu, o professor e escritor Isaias Neres no ano passado documentou em um vídeo (clique aqui para assistir ao documentário) nas redes sociais o grave problema enfrentado pela cidade. Ele informa que há pelo menos 20 grandes erosões ameaçando a cidade, avançando rapidamente e causando um rastro de destruição. Algumas dessas falhas geológicas são gigantescas, com uma delas chegando a 500 metros de extensão, 80 de largura e 50 metros de profundidade. Segundo o relato do professor, pelo menos 50 residências já foram destruídas, e outras estão sob ameaça iminente.
Tudo isso associado ao assoreamento dos riachos que cortam a cidade potencializam ainda mais o risco da cidade desaparecer. Por enquanto, o riacho mais comprometido, segundo Isaias Neres, é o Cajazeira.
Embora não haja um estudo conclusivo, é provável que o desmatamento predatório e o mau uso do solo estejam relacionados à situação crítica de erosão enfrentada por Buriticupu. O desmatamento em larga escala, que ocorreu no passado em razão da exploração madeireira, pode ter deixado o solo exposto e vulnerável à ação das chuvas. A degradação do solo, causada por práticas inadequadas de uso e manejo, também pode contribuir para o problema das voçorocas.
Outras cidades na mesma área de influência, como Açailândia e Bom Jesus das Selvas, também enfrentam problemas relacionados às voçorocas, embora a situação em Buriticupu seja considerada a mais grave. Para enfrentar essa situação, algumas medidas podem ser tomadas:
- Reflorestamento e recuperação de áreas degradadas: O plantio de árvores e a recuperação da vegetação nativa ajudam a proteger o solo contra a erosão e contribuem para a estabilização das encostas;
- Práticas agrícolas sustentáveis: A adoção de práticas agrícolas sustentáveis, como a rotação de culturas, plantio direto e a utilização de adubação verde, pode reduzir a pressão sobre o solo e minimizar a erosão;
- Educação ambiental: Conscientizar a população sobre a importância da conservação do solo e da vegetação é fundamental para garantir a adoção de práticas sustentáveis e a preservação do meio ambiente;
- Monitoramento e fiscalização: O monitoramento das áreas afetadas e a fiscalização das atividades que possam contribuir para o agravamento da erosão, como o desmatamento e o mau uso do solo, são importantes para prevenir novos danos;
- Infraestrutura: A construção de obras de contenção, como muros de arrimo, e a melhoria do sistema de drenagem urbana podem ajudar a reduzir o impacto das voçorocas e prevenir deslizamentos de terra.
Assista ao vídeo:
Crédito do vídeo: @marinhodrones