O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira, 4 de novembro, que o Brasil deixará de aplicar a vacina oral contra a poliomielite, conhecida como “gotinha”, e passará a adotar exclusivamente a vacina injetável (VIP) em seu esquema de imunização contra a doença. A medida alinha o Brasil às práticas adotadas por países como os Estados Unidos e nações da Europa, que já utilizam exclusivamente a vacina injetável para maior eficácia.
Com o novo protocolo, crianças deverão receber três doses da vacina injetável aos 2, 4 e 6 meses de idade, seguidas de uma dose de reforço aos 15 meses. A decisão, segundo o Ministério, visa aumentar a proteção e reduzir o risco de casos associados ao vírus vacinal que podem surgir com o uso da vacina oral bivalente (VOPb).
A transição para o esquema injetável trará ajustes na rede de imunização: as doses remanescentes da vacina oral que ainda estão em estoques municipais serão recolhidas pelo Ministério da Saúde até o fim de novembro. Com isso, a partir de hoje, somente as doses da vacina injetável estarão disponíveis nas unidades de vacinação em todo o país.
Apesar da mudança, o personagem Zé Gotinha, ícone das campanhas de vacinação infantil no Brasil desde os anos 1980, continuará em ação como símbolo da imunização. “O Zé Gotinha é um símbolo universal na missão de salvar vidas e um aliado importante na educação e no combate às notícias falsas. Ele seguirá firme nas ações de conscientização”, afirmou Eder Gatti, diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI).
A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma doença altamente contagiosa que pode causar paralisia e, em casos graves, levar à morte. Com a vacinação em massa, o Brasil foi considerado livre da poliomielite desde 1989, mas o Ministério da Saúde reforça que é essencial manter altas coberturas vacinais para evitar o risco de reintrodução do vírus.