São Luís – A Universidade Federal do Maranhão (UFMA), por meio da Agência de Inovação, Empreendedorismo, Pesquisa, Pós-graduação e Internacionalização (Ageufma), firmou parceria com a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Maranhão (SECTI/MA), na última sexta-feira, 19, para construção de um nanossatélite a ser desenvolvido por pesquisadores do Curso de Engenharia Aeroespacial da Instituição. A
proposta pretende atender demandas da agricultura de precisão, além de servir para o
desenvolvimento de pesquisas na área de engenharia aeroespacial.
Esse projeto será coordenado, na UFMA, pelos Profs. Drs. do Curso de Engenharia Aeroespacial, Carlos Alberto Rios Brito Júnior e Luis Claúdio de Oliveira Silva, que já coordenam a construção do primeiro nanossatélite desenvolvido pela UFMA, o Aldebaran I.
Para o Secretário de Ciência e Tecnologia do Estado do Maranhão, Davi Telles, a ideia da parceria institucional é “Criar bases no Estado com capacidade técnica e científica para desenvolver um Parque Tecnológico Aeroespacial no Maranhão”, destacou.
O Secretário esclarece, ainda, que esse projeto atende a uma demanda do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTIC). “Nós resolvemos atender a essa meta através de uma parceria com a UFMA, que é quem tem a expertise no Estado. Nós estamos nos colocando como parceiros e participes desse projeto na medida que a UFMA vai ser a real executora dele, já que ela detém esse conhecimento”, ressaltou o secretário.
A UFMA, representada pelo pró-reitor Fernando Carvalho, da Pró-reitoria Ageufma, apresentou, na ocasião, juntamente com os professores coordenadores da proposta, um Projeto de Viabilidade Técnica (PVT) para a construção do referido nanossatélite.
O pró-reitor destacou o importante papel desenvolvido pelos pesquisadores de Engenharia Aeroespacial, além da parceria com a SECTI/MA, FINEP e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). “Com essas parcerias, a Universidade tem caminhado em passos largos para a consolidação de uma cultura de inovação científica e tecnológica, assim como para a formação de recursos humanos qualificados para atender as demandas de profissionais para o Centro Espacial de Alcântara – CEA”, finalizou o Pró-reitor.
Os nanossatélites na tendência “New Space”
Em entrevista para a Ageufma, o Prof. Dr. Luís Cláudio acrescenta, ainda, que o lançamento de nanossatélites faz parte de uma tendência internacional denominada New Space. Destaca, também, que essa tendência de ordem internacional, envolve o desenvolvimento de diversos equipamentos, processos e serviços para a exploração espacial. “O nanossatélite em questão faz parte de uma categoria de satélites que configura a prática do New Space, entretanto, essa tendência está relacionada a todos os serviços que são possíveis usando como meio os nanossatélites e satélites já existentes”, afirmou.
As principais características do New Space, segundo o professor, configuram os mais variados serviços desenvolvidos por pequenas e grandes empresas, organizações governamentais e educacionais, pois antes, esse tipo de exploração espacial, era exclusivamente comandado por multinacionais. “Grandes agências espaciais de ordem internacional comandavam esses programas espaciais. Hoje, elas continuam focadas na exploração espacial, mas, na parte comercial, quem estão focadas são as outras organizações. Além disso, o nanossatelite é mais democrático, sua construção permite utilizar componentes de baixo custo, se comparado com satélites maiores”, finalizou o professor.
Aplicação de Nanossatélites na Agricultura 4.0
A proposta apresentada na reunião pretende desenvolver um nanossatélite para a Agricultura 4.0, que configura o uso de TI (Tecnologia da Informação) dentro da atividade realizada pelo produtor rural e pela indústria do agronegócio. Com isso, será possível uma conexão em tempo real dos dados coletados pelas diversas tecnologias digitais, em sincronização com o nanossatélite, na busca de otimização da produção agrícola.
Com a agricultura 4.0 e a utilização do nanossatélite, o produtor rural poderá obte aumento da produtividade e da produção; monitoramento das operações agrícolas; identificação de pragas e doenças; diminuição de desperdício e redução de custos; análise da meteorologia e outras informações atmosféricas, além da sustentabilidade e diminuição de impactos no meio ambiente.
Por Lucio Silva/Ageufma