Dois esqueletos foram encontrados abraçados em Datong, na província chinesa de Shanxi, em um túmulo de cerca de 1,5 mil anos. Arqueólogos da Universidade de Jilin e da Universidade de Xiamen, que lideraram o estudo dos corpos, acreditam que os dois foram sepultados durante a Dinastia Wei do Norte, que durou de 386 d.C a 534 d.C. O resultado da pesquisa foi publicado no “International Journal of Osteoarchaeology“.
Os pesquisadores acreditam que a mulher tenha cometido suicídio após a morte do marido. No entanto, eles não descartam outros cenários. É possível até que os dois tenham morrido ao mesmo tempo em decorrência de alguma doença ou até envenenamento.
Motivos violentos também não foram descartados. Isso porque foram identificados indícios de trauma no corpo do homem — como um braço quebrado e um dedo cortado — mas não no corpo da mulher, que foi encontrada com uma aliança no dedo anelar. Ele teria morrido com idade entre 29 e 35 anos, enquanto as estimativas dizem que ela tinha entre 35 e 40 anos.
Segundo eles, a liberdade de expressão e a busca ativa do amor na cultura chinesa tornaram-se proeminentes durante o primeiro milênio.
“Essa prática funerária pode ter sido influenciada pelos costumes das regiões ocidentais e além, por meio dos caminhos da seda e da sinização e assimilação do povo Xianbei”, escrevem os autores. Os dois corpos estavam em uma posição que demonstra muito afeto, com os dois abraçados um de frente para o outro, com cabeça do homem encostada no rosto da mulher.
Os arqueólogos conseguiram identificar a idade da sepultura pelos objetos encontrados no cemitério onde as ossadas estavam. Eles acreditam que o local era usado para enterrar cidadãos comuns.
“Esta descoberta é uma demonstração única da emoção humana de amor em um enterro, oferecendo um raro vislumbre das visões das pessoas sobre o amor, a vida, a morte e a vida após a morte no norte da China, durante um período de intenso intercâmbio cultural e étnico.”
Fonte: Hypeness