Na tarde desta terça (17) o governador Flávio Dino informou através do Twitter seu pedido de desfiliação do Partido Comunista do Brasil – PCdoB, que o elegeu para o executivo estadual pela primeira vez em 2014.
Flávio Dino foi dirigente do DCE da UFMA em 1989, após se formar em Direito, se tornou professor da universidade em 1994, mesmo ano que foi aprovado como juiz federal, magistratura que exerceu por 12 anos.
E foi em 2006 que se deu início a ardilosa caminhada política ao lado do seu fiel lacaio Márcio Jerry. Eles que eram fiéis doutrinados do Partido dos Trabalhadores, fizeram um grande acordão com os principais dirigentes do PCdoB pelo comando da legenda, com Dino sendo eleito deputado federal.
Ele fazia parte do espectro político do grupo Sarney, e com ânsia de mais poder, se candidatou a prefeitura da capital em 2008, sendo derrotado por João Castelo. Em 2010 como candidato a governador, perdeu a eleição para Roseana Sarney.
Porém muitas águas rolaram nos bastidores do PCdoB desde que tem sido controlado por Dino e Jerry, a exemplo disso são os quadros históricos do partido, que por diversas vezes foram humildados em reuniões da direção estadual, em contrapartida novos filiados tinham privilégios.
Pena que na capital, a principal lembranças do legado do PCdoB será a construção de praças, pois nenhuma obra foi significativa a ponto de ser um marco na ilha, e dois são os principais escândalos: o inchaço da máquina estatal com diversos militantes do PCdoB de outros estados ocupando cargos em todas as secretarias, com intuito de financiar o partido, o outro e tão grave quanto o já citado, foi a Máfia dos Capelães, que com uma canetada colocou diversos pastores evangélicos no serviço militar sem concurso público.
Importantes membros do PCdoB também se manifestaram com tristeza sobre a saída de Dino. O deputado federal por São Paulo, Orlando Silva escreveu: “Orgulhoso, estive ao seu lado em cada construção política. Com emoção vivi momentos sensíveis, pra ele e pra mim. Triste com a saída do PCdoB! Partido Comunista é como um trem, tem um destino. Avante, camaradas! Abraço, Flávio!”, de forma mais decorosa. Já Manuela Dávila, ex-candidata a vice-presidência lamentou, e quando perguntada sobre seu destino no partido disse: “Alguns perguntam e especulam sobre o meu destino: não acredito em saída individual para dilemas coletivos”, mostrando que existe uma insatisfação e rancor na direção nacional da legenda, o que não era para menos, depois de tanto investimento político.
Porém, sabemos que apesar da saída do governador com destino ao Partido Socialista Brasileiro – PSB, o PCdoB ainda vai ser controlado por ele, pois a relação simbiótica com Jerry é antiga, os dois já controlam o PT há anos, inclusive financiando dirigentes petistas nas eleições internas.
Entramos em contato com alguns militantes do PCdoB no estado que foram unânimes em dizer que Flávio Dino teve uma atitude covarde em se desfiliar, depois de usar o partido por 15 anos, pula do barco que o trouxe até aqui, para embarcar em um iate pensando única e exclusivamente em seu projeto pessoal de senador.