Em um desfecho quase definitivo e comparado por alguns bastidores políticos a um “fatality” jurídico, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para manter a reeleição de Iracema Vale (PSB) à presidência da Assembleia Legislativa do Maranhão (ALEMA), enterrando de vez as pretensões do partido Solidariedade, que questionava a constitucionalidade do critério de desempate adotado no processo eleitoral da Casa.
O sexto e decisivo voto foi proferido nesta sexta-feira (30) pelo ministro André Mendonça, que seguiu integralmente o entendimento da relatora do caso, ministra Cármen Lúcia. A ministra havia baseado seu voto nas manifestações favoráveis da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Advocacia-Geral da União (AGU), que validaram a legalidade do critério etário previsto no Regimento Interno da ALEMA há mais de 20 anos.
Com os votos já proferidos por Alexandre de Moraes, Nunes Marques, Dias Toffoli e Gilmar Mendes, a maioria foi consolidada em 6 a 0, faltando ainda o posicionamento de outros ministros, entre eles Flávio Dino, que pode trazer nuances adicionais ao julgamento, embora qualquer reversão no placar pareça improvável.
O processo ainda corre no plenário virtual até o dia 6 de junho. Apesar do clima de vitória no grupo político de Iracema, há uma cautela estratégica. Como em qualquer arena do STF, surpresas de última hora nunca são completamente descartadas — ainda que, neste caso, já se fale em encerramento com “golpe final” no recurso da oposição.
Nos corredores da política maranhense, o resultado parcial já é celebrado como um verdadeiro “fatality”, emprestando do vocabulário dos videogames o símbolo de um desfecho incontestável. A oposição, por sua vez, tenta assimilar o golpe, que deixa o caminho livre para Iracema consolidar seu poder na ALEMA com respaldo da Suprema Corte.