Definição dos últimos qualificados saiu nas seletivas continentais, encerradas no domingo. Time masculino busca o tetra, e elenco feminino corre atrás do tri.
Os técnicos Renan Dal Zotto e José Roberto Guimarães abriram 2020 com a tarefa de casa definida. Responsáveis pelas seleções masculina e feminina de vôlei, eles sabem desde já os possíveis adversários diretos do Brasil na disputa pelo pódio olímpico nos Jogos de Tóquio.
No último fim de semana, as seletivas continentais definiram as últimas vagas disponíveis. Em cada naipe, haverá 12 seleções inscritas no torneio olímpico. Elas são divididas em dois grupos de seis. Na primeira fase, jogam em turno único contra os cinco adversários. Os quatro melhores de cada chave se classificam para a fase de mata-mata. Nela, o primeiro de um grupo enfrenta o quarto do outro, e o segundo pega o terceiro.
O emparceiramento olímpico ainda não foi oficialmente confirmado pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB na sigla em inglês), mas o time masculino já sabe o tamanho do desafio. Pela Europa, estão qualificados os poloneses, atuais bicampeões mundiais (2014 e 2018), a Rússia (campeã da Liga das Nações em 2018 e 2019), a França, vice-campeã da Liga das Nações em 2018 e a Itália, vice-campeã olímpica em 2016. Também estão no páreo Estados Unidos, Argentina, Tunísia, Canadá, Irã, Venezuela e o Japão, anfitrião do torneio.
No feminino, o Brasil já sabe que pode ter pela frente Japão, Sérvia (atual campeã mundial), Coreia do Sul, República Dominicana, Quênia, além de China (atual campeã olímpica), Rússia, Itália (vice-campeã mundial), Argentina, Estados Unidos e Turquia.
Pelo calendário oficial dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, as disputas do vôlei serão de 25 de julho a 9 de agosto. As partidas serão na Ariake Arena, construída especialmente para os megaeventos na Zona Norte do distrito de Ariake, na capital japonesa. Com capacidade para 15 mil pessoas, a estrutura, segundo os organizadores, vai se tornar um centro cultural e esportivo no pós-Jogos. Nas Paralimpíadas, vai receber as partidas do basquete em cadeira de rodas.
Histórico consistente
No masculino, o Brasil chega com o status de atual campeão olímpico, título selado com uma vitória por 3 sets a 0 sobre a Itália na final dos Jogos Rio 2016, no Maracanãzinho. Mais do que isso, a seleção ostenta a tradição de estar em todas as finais olímpicas desde 2004, em Atenas. Na Grécia, conquistou o ouro, e em Pequim (2008) e Londres (2012) ficou com a prata. A história nacional no masculino conta ainda com a prata da geração que abriu as portas para o pódio do vôlei brasileiro, em 1984 (Los Angeles), e o primeiro ouro nacional, conquistado em 1992, em Barcelona, na Espanha.
No feminino, as meninas viveram uma enorme frustração em casa. Vinham de um bicampeonato olímpico, com os títulos de 2008 (Pequim) e Londres (2012), e chegaram muito cotadas ao tri nos Jogos Rio 2016. Depois de bela campanha na primeira fase, caíram diante da China nas quartas de final e ficaram fora do pódio. O histórico feminino no vôlei ainda conta com os bronzes nas edições de Atlanta (1996) e Sydney (2000).
No ciclo para Tóquio, a seleção passa por reformulação, e oscila apresentações de grande consistência com momentos de instabilidade. No Mundial de 2018, o time ficou com a sétima colocação. Já na Liga das Nações de 2019, teve uma bela campanha e ficou com o vice, superado na final pelos Estados Unidos por 3 sets a 2. No fim do ano, a equipe ficou com a quarta colocação na Copa do Mundo. O técnico José Roberto Guimarães tem tentado trabalhar com uma mescla de jovens talentos, como Lorenne e Paula Borgo, com figuras de referência, como as ponteira Gabi e Natália e a levantadora Macris.
O masculino tem conseguido se manter próximo do topo nas disputas internacionais. Nos últimos dois mundiais, a equipe chegou à decisão e perdeu para a Polônia na final. Na competição mais recente, a Copa do Mundo, disputada no Japão em outubro de 2019, o grupo foi praticamente perfeito: conquistou o título de forma soberana, com 11 vitórias em 11 jogos e um saldo de 33 sets a favor e apenas cinco contra.
Gustavo Cunha – rededoesporte.gov.br