O Sindicato das Empresas de Transportes (SET) registrou 500 assaltos desde o início de 2018, correspondente a uma média de dois assaltos por dia. Os casos chamam a atenção da Polícia Militar (PM) por causa da participação de adolescentes envolvidos nos assaltos aos coletivos.
A cobradora de ônibus, Nathália Saraiva, conta que foi assaltada quando estava saindo de casa para ir trabalhar, ela afirma ter sido abordada por um garoto armado com uma faca e vestido com o uniforme de uma escola. “Ele colocou uma farda para dizer que vai para escola como uma forma de não levantar suspeitas. O que fica é o sentimento de tristeza porque levaram tudo o que eu tinha”, contou.
No bairro Monte Castelo, a avenida Getúlio Vargas é uma das mais visadas pelos bandidos. O vendedor, Carlos Albino, conta que quase todos os dias os passageiros são assaltados no local enquanto esperam os coletivos.
“Na semana retrasada, dois rapazes estavam com facas e correram atrás do pessoal. Assaltaram um vendedor de bombom e as pessoas que estavam na parada saíram correndo, o assatante correu até certo ponto com a faca na mão, mas desistiu”, afirmou.
Nesta semana, a PM conseguiu prender em flagrante dois criminosos que atuavam na área, Robert Talisson Silva Mendes e Guilherme Oliveira Lopes roubaram uma motocicleta e usaram uma arma de fogo para assaltar os passageiros.
Além dessa prisão, duas adolescentes foram apreendidas após uma tentativa de assalto a um ônibus no bairro do Anil. As meninas de 14 e 17 anos estavam com uma faca e foram imobilizadas pelos passageiros, apenas um homem ficou ferido na mão.
De acordo com o delegado, Joviano Furtado, os assaltos têm um grande número de participação de adolescentes e isso tornou-se algo preocupante. “O que é perceptível nos últimos assaltos é a participação de menores em um número maior. Geralmente eles usam facas, são dependentes químicos, eles praticam aquele roubo para usar drogas e entram em um ônibus que não esteja muito cheio para que eles possam agir. Na sequência eles já ordenam que o motorista pare na próxima parada para que eles possam descer e recolhem os aparelhos celulares”, explicou.
Por Zeca Soares