O Vasco não poderia ter sido uma presa mais fácil para o Sampaio Corrêa neste sábado, no jogo da 18ª rodada do Brasileirão. Numa tarde em que nada deu certo exceto o lindo chute de Erick que garantiu o gol de honra no Castelão, chamou atenção a facilidade com a qual o adversário construiu a vitória por 3 a 1, com atacantes desmarcados e repletos de espaço para finalizar dentro da área. Os erros e os lances de desatenção marcaram a segunda derrota vascaína na competição.
Dos três gols do Sampaio, dois foram em contra-ataques clássicos em que a defesa estava completamente desmontada: Gabriel Poveda e Ygor Catatau não tinham ninguém por perto para incomodar e puderam escolher o canto com calma. Já no segundo gol, também marcado por Catatau, a defesa até estava postada, mas Léo Matos se distraiu na marcação e deu o espaço para o atacante adversário marcar.
Foram ao todo cinco desfalques para a partida, mas quem fez mais falta foi Andrey Santos. Sem o volante de 18 anos para sair jogando, o time ficou sem ação justamente numa partida em que precisava propor. O Sampaio, que terminou o jogo com 36% de posse, deu a bola para o Vasco e apostou todas as fichas nos contra-ataques – puxados de preferência por Pimentinha, que deu trabalho à combalida defesa vascaína.
O Vasco que até pouco tempo atrás era o único time invicto da Série B agora tem duas derrotas nos últimos quatro jogos. Por sorte, segue a oito pontos de distância do quinto colocado, que no final das contas é o que importa. Está cada vez mais claro que esse é o momento da temporada em que o elenco pode fazer a diferença, por isso o clube precisa ir ao mercado o quanto antes. A janela abre nesta segunda-feira. Com ou sem SAF, será necessário contratar.
Time sente falta de Andrey
O Vasco não teve Andrey Santos, Thiago Rodrigues e Figueiredo por suspensão; e Getúlio e Palacios por lesão. De todos esses, Andrey foi quem fez mais falta. Isso ficou muito claro desde os primeiros minutos da partida.
Matheus Barbosa foi escalado como segundo volante e tinha a responsabilidade de sair com a bola, mas não tem a mesma qualidade no passe do volante de 18 anos. Ele acertou uma bomba logo aos cinco minutos no primeiro chute na direção do gol na partida, é verdade. Mas, em seguida, errou um passe no meio de campo que deu o contra-ataque ao Sampaio.
Para que a justiça seja feita, Matheus não foi o único a errar passes na saída que deixavam a defesa completamente desguarnecida. Mas ele ficou marcado por se atrapalhar com a bola e ser desarmado aos 25, no lance que terminou com o gol de Gabriel Poveda.
Até ali, o Vasco batia sem agressividade na parede do Sampaio e voltava, batia e voltava. Nenê tentava arrumar alguma coisa pela direita com Gabriel Pec e deu um dos únicos dois chutes a gol do Vasco no primeiro tempo – o outro foi o de Matheus. Enquanto isso, Edimar e Erick sofriam para dar conta das investidas de Pimentinha do lado esquerdo da defesa.
Segundo tempo para esquecer
Maurício Souza voltou do intervalo com duas substituições: Danilo Boza no lugar de Anderson Conceição, que estava amarelado, e Juninho na vaga de Nenê, que aparentemente ainda não estar 100% das dores na panturrilha. O camisa 10 errou quase todas as tentativas de cruzamento, em cobranças de falta ou escanteio, e deixou o campo com o maior número de passes incompletos (9) entre os jogadores vascaínos.
O Vasco foi a campo no segundo tempo ainda mais desatento do que no primeiro. Em 11 minutos, sofreu dois gols, mas o primeiro foi anulado por impedimento de Poveda. Já o segundo beirou o inacreditável graças a um vacilo de Léo Matos, que simplesmente não estava olhando para a bola e só notou o cruzamento quando ela já estava no meio do caminho. Tarde demais: Catatau testou para ampliar a vantagem no Castelão.
MT, Luiz Henrique e Riquelme foram acionados, mas os dois últimos acabaram tendo participação direta no terceiro gol do Sampaio. O lateral foi desarmado no seu primeiro toque na bola, e o meia não conseguiu acompanhar Catatau, que entrou livre na área. Halls, titular na meta na ausência de Thiago Rodrigues, não teve culpa nos gols sofridos e ainda mostrou muita qualidade no jogo com os pés.
Ao mesmo tempo em que seguia batendo sem machucar, o Vasco dava cada vez mais espaço para contra-ataques, tornando a vida do Sampaio muito fácil. A impressão naquele momento era a de que os atacantes iriam sair na cara do gol em qualquer roubada de bola no meio de campo, como se fosse uma questão de tempo.
Maurício morreu com os dois meninos do sub-20 no banco: Eguinaldo e Marlon Gomes foram as únicas opções ofensivas não acionadas pelo treinador na partida. Já no fim, Luiz Henrique roubou boa bola no ataque, e Erick acertou um chute de manual para diminuir o placar aos 37. Mas o Vasco não jogou bola para que pudesse fazer disso um motivo para colocar fogo na partida.
Fonte: GE.com