Em artigo publicado na edição deste fim de semana do jornal O Estado do Maranhão, a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), pegando carona na polêmica criada pelo ex-procurador-geral de Justiça Rodrigo Janot, diz que ele agiu contra o seu governo em 2014 por motivação política num ano de eleição. A disputa foi travada pelo atual governador Flávio Dino (PCdoB), o vencedor em primeiro turno, e o então suplente de senador Lobão Filho (MDB).
As críticas da ex-governadora se referem aos pedidos de intervenção no estado por conta de uma briga entre facções criminosas no Complexo Penitenciário de Pedrinhas que resultou na morte de dezenas de detentos. Até hoje esses números servem para comparação dos números de mortes violentas neste período e nos anos subsequentes.
Roseana diz que, apesar das denúncias de Janot, conseguiu provar a inconsistência do que ele dizia nos tribunais. “As referências que ele me fez são acusações caluniosas nunca provadas e mandadas arquivar pelos tribunais superiores após exaustivos e longos processos investigatórios”.
A ex-governadora chega a classificar de “taras etílicas” as ações do ex-procurador contra o seu governo. “Tudo isso nada tinha de bom desempenho de funções ou idealismo. Era simplesmente motivação política, originada em seu autoritarismo, incompetência, maus modos e influências circunstanciais”, diz ela, que acrescenta estar todo o Brasil se perguntando o que motivou Janot a revelar um plano para assassinar o ministro do Supremo Gilmar Mendes e depois se suicidar, além de confessar que mantinha um bar, que chamava de “farmacinha”, em seu gabinete, onde consumia, no expediente de trabalho, uísque, cerveja, vinho e até cachaça.
“Todos buscam entender do se trata, podridão moral, doença psiquiátrica, loucura, demência alcoólica ou simplesmente um patológico processo midiático e comercial”, diz a ex-governadora.
Pedrinhas – Em seu artigo, Roseana lembra que promoveu uma grande mudança no sistema prisional, como construção dos presídios de Pinheiro, Santa Inês, Timon, Riachão, São Luiz Gonzaga, Brejo, Coroatá e Imperatriz, além do Diferenciado em São Luís. Diz ainda que foi ela quem providenciou o sistema de Raio X em Pedrinhas para controlar a entrada de produtos a presidiários, aumento do número de agentes penitenciários, armamentos, equipamentos etc. Segundo ela, em seu governo o sistema prisional abriu mais 1,5 mil vagas.
Ela diz que “nas poucas palavras que trocamos quando da crise penitenciária, eu considerei o ex-procurador geral da República apenas um homem insensível aos problemas que o povo do Maranhão enfrentava àquela época. Infelizmente me enganei. Ele revela ser muito pior do que isso: um blefe”.
Por Aquiles Emir