A reunião de negociação entre rodoviários e empresários do transporte público de São Luís foi suspensa nesta terça-feira (18) sem que houvesse um consenso entre as partes. O encontro, realizado no salão nobre do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA), foi conduzido pela desembargadora Márcia Andrea Farias da Silva, presidente do TRT-MA. Uma nova tentativa de acordo está prevista para as 17h.
A greve, que já impacta cerca de 700 mil usuários do transporte coletivo na capital e região metropolitana, persiste mesmo com a determinação do TRT-MA para que 80% da frota continue circulando. Em caso de descumprimento, o sindicato da categoria está sujeito a uma multa diária de R$ 100 mil.
Reivindicações da categoria
Os rodoviários exigem melhorias salariais e benefícios. Entre os principais pontos da pauta estão:
- Ticket-alimentação de R$ 1.300 para motoristas que trabalham com cobrador e de R$ 1.500 para aqueles que também exercem a função de cobrador.
- Reajuste salarial de 15% para motoristas que atuam com cobrador, passando o salário para R$ 2.961,25.
- Reajuste de 25% para motoristas que também atuam como cobrador, elevando o salário para R$ 3.218,75.
- Inclusão de dois dependentes no plano de saúde e odontológico.
- Seguro de vida para motoristas em caso de falecimento.
Prefeitura custeará transporte por aplicativo durante a greve
Diante do caos provocado pela paralisação, a Câmara Municipal de São Luís aprovou, em regime de urgência, um projeto de lei que autoriza a Prefeitura a custear o transporte por aplicativo para os usuários afetados. A proposta foi enviada pelo prefeito Eduardo Braide (PSD) e aprovada na manhã desta terça-feira (18).
Além de oferecer uma alternativa emergencial para a população, o projeto prevê a abertura de um novo processo licitatório para a contratação de empresas que irão operar o serviço de transporte coletivo na cidade.
Braide criticou os empresários do setor, acusando-os de usar a greve como estratégia para pressionar por aumentos tarifários. Segundo ele, a Prefeitura já repassou R$ 89 milhões em subsídios ao setor no último ano, sem que houvesse melhorias significativas no serviço prestado.
A expectativa agora está voltada para a nova reunião marcada para as 17h, onde se espera um desfecho para o impasse. Caso contrário, a greve pode se estender, agravando ainda mais a situação do transporte público na capital.