Estreito, MA – Após o colapso da ponte Juscelino Kubitschek, que conecta as cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), os esforços para a retirada de cargas químicas do fundo do rio Tocantins começaram nesta terça-feira (7). O trabalho, conduzido por equipes especializadas e acompanhado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), depende das condições climáticas da região para ser concluído.
Materiais Submersos
Entre os veículos que caíram no rio, estavam três caminhões transportando cargas de alto risco ambiental:
Carnadine (agrotóxico à base de acetamiprido);
PIQUE 240SL (agrotóxico com picloram);
Tractor (mistura de picloram e 2,4-D trietanolamina);
Ácido sulfúrico (76 toneladas).
O Ibama confirmou na segunda-feira (6) que tanques contendo ácido sulfúrico apresentaram pequenos vazamentos, possivelmente causados pelas fortes correntezas do rio. Apesar do incidente, o órgão assegura que o volume derramado foi diluído na água e, por ora, não representa grande risco ambiental. No entanto, o processo de retirada do material permanece crítico para evitar maiores danos ecológicos.
Na manhã de hoje, mergulhadores realizaram uma inspeção no local, preparando o terreno para o início do resgate das cargas. A operação é acompanhada por especialistas em emergências ambientais e deve se estender por semanas devido à complexidade do cenário e à prioridade dada ao resgate de vítimas.
Desde o desabamento em 22 de dezembro de 2024, equipes de resgate, incluindo militares da Marinha e bombeiros de diversos estados, têm trabalhado intensamente no local. Drones subaquáticos e aéreos, além de embarcações, estão sendo usados para mapear o leito do rio e localizar os veículos submersos. Até o momento, 14 das 17 pessoas desaparecidas foram encontradas sem vida, enquanto três seguem desaparecidas.
O vazamento de ácido sulfúrico trouxe à tona a preocupação com o equilíbrio ambiental do rio Tocantins. Caso toda a carga fosse liberada, os impactos poderiam ser devastadores. “Apesar de o volume atual derramado ser pequeno, o risco ambiental só será totalmente eliminado quando os tanques forem removidos”, afirmou um técnico do Ibama.
A previsão é que a operação de retirada das cargas químicas dure até um mês, considerando as condições climáticas e a dificuldade de acesso ao material no fundo do rio.
A Marinha informou que, se não houver novos indícios sobre os desaparecidos até o final do dia, as buscas serão suspensas, podendo ser retomadas caso surjam novas informações. “Estamos empenhados em finalizar essa etapa da operação, mas cada dia sem resultados concretos reduz a possibilidade de encontrar sobreviventes”, declarou um oficial responsável pela operação.
Enquanto isso, autoridades locais e federais permanecem em alerta para mitigar os impactos ambientais e humanitários dessa tragédia que marcou o fim de 2024 e continua trazendo desafios em 2025.