A Renault anunciou nesta segunda-feira um investimento de curto prazo no Brasil de 1,1 bilhão de reais até o primeiro semestre de 2022. Os recurso serão usados no complexo fabril da montadora no Paraná.
O anúncio foi feito na segunda-feira, 1, pelo presidente da Renault do Brasil, Ricardo Gondo, ao governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Jr.
O investimento da marca francesa no Brasil vem na contramão das saídas da Ford e Audi no inicio desse ano. Os recursos, mesmo em curto prazo, sinalizam que a Renault quer aproveitar o espaço deixado pelas montadores que saíram do país para crescer.
Os recursos serão aplicados em renovação de produtos e no lançamento de um novo motor turbo no mercado brasileiro, que será importado da Espanha. A companhia afirmou que vai fazer cinco lançamentos de produtos até meados de 2022, incluindo dois veículos elétricos no país.
Entre os dois novos carros elétricos prometidos, o primeiro será o novo Zoe, que chega no segundo semestre deste ano. O segundo ainda não foi revelado.
“O mercado brasileiro continua sendo estratégico para o Grupo Renault”, afirmou em comunicado à imprensa Luiz Fernando Pedrucci, vice-presidente sênior da Renault para a América Latina.
O investimento foi anunciado após acordo coletivo de trabalho com sindicato de metalúrgicos de Curitiba válido até 2024, “que trouxe previsibilidade e flexibilidade, fundamentais para a aprovação deste ciclo de investimentos”, afirmou a companhia.
Entre os vários pontos do acordo estão a substituição de reajustes salariais por abonos fixos e o encerramento do terceiro turno de produção na fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná, com o desligamento de 747 funcionários – a maior parte já saiu por meio da adesão ao plano de demissão voluntária e outra parte permanece com suspensão temporária dos contratos de trabalho que deve ser encerrado em breve.
O complexo do grupo em São José dos Pinhais (PR), que abriga fábricas de automóveis e de motores, tem 6,4 mil funcionários diretos operando em dois turnos e, no momento, não precisa da mão de obra que está afastada.
A montadora informou que continuará negociando com a matriz aportes para os anos seguintes, mas que um novo ciclo de investimentos dependerá da melhoria da competitividade do país.
Fatores como a alta e complexa carga tributária, custos logísticos, de fabricação e trabalhista colocam o Brasil na linha de espera das grandes montadoras. “Dentro do contexto global, essas questões comprometem a viabilização e a competitividade para se fabricar no Brasil”, afirmou Gondo.
Segundo a Fenabrave, a montadora que também fornece componentes para a Nissan, teve como modelo mais vendido no Brasil em 2020 o Renault Kwid, com 49.475 unidades vendidas.
Fonte: Exame.